O ex-magnata do petróleo Mikhail Khodorkovsky, perdoado pelo presidente russo Vladimir Putin depois de dez anos na prisão, disse, em entrevista publicada neste domingo, que não vai entrar na política, nem tentar recuperar o patrimônio de sua empresa, a Yukos.

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Khodorkovsky, que voou para Berlim depois de ser libertado neste sábado de uma prisão perto do Círculo Polar Ártico, afirmou que não houve condições associadas à sua soltura e que ele não tinha feito qualquer admissão de culpa ao pedir perdão a Putin.

"Não tenho a intenção de me envolver com política, e não pretendo lutar para recuperar os bens da Yukos", Khodorkovsky disse à revista russa "The New TImes", em uma entrevista gravada. Alguns trechos foram exibidos na internet.

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Ele contou que disse isso a Putin na carta em que pedia o perdão. Crítico de Putin, Khodorkovsky chegou a ser o homem mais rico da Rússia e passou dez anos preso após uma condenação por fraude fiscal que, para muitos, teve motivações políticas.

Khodorkovsky, cuja mãe está doente e que disse ter pedido o perdão por razões familiares, disse que retornaria à Rússia só se tivesse a certeza de que conseguiria sair na hora em que quisesse.

"Na minha atual situação familiar, essa é a condição principal", disse ele, que parecia confiante.

Ele disse no mês passado que a sua mãe Marina, de 79 anos, estava lutando contra um câncer. O porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, indicou que não houve acordo secreto e que Khodorkovsky está livre para retornar à Rússia. Mas ele também sugeriu que o pedido de perdão significava uma admissão de culpa. Khodorkovsky evitava pedir perdão por conta da conhecida posição do Kremlin em relação a isso.

"Para mim, admitir culpa é inaceitável", declarou em uma entrevista com o canal russo Dozhd.

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