A promotoria russa apresentou ontem a acusação formal de pirataria contra a bióloga brasileira Ana Paula Maciel, detida na Rússia desde o dia 19 de setembro. Em caso de condenação, a pena para o crime pode resultar em prisão de 10 a 15 anos.
Além de Ana Paula, o cinegrafista britânico Kieron Bryan, contratado pelo Greenpeace Internacional, e outros três ativistas teriam sido denunciados formalmente pelo mesmo delito. Nos próximos dias, os promotores devem apresentar acusações contra os demais do grupo.
No dia 19 de setembro, 28 ativistas e dois jornalistas (um fotógrafo e um cinegrafista contratados pelo grupo) foram presos na Rússia após um protesto contra a exploração de petróleo no mar de Pécora, no Ártico. Todos estavam a bordo do navio Arctic Sunrise, que foi ocupado pela guarda costeira russa em águas internacionais, segundo a organização ambientalista.
"A acusação de pirataria está sendo lançada contra homens e mulheres cujo único crime é a posse da consciência. Isso é ultrajante e representa nada menos do que um ataque ao direito fundamental de protesto pacífico", disse em um comunicado oficial o diretor do Greenpeace Internacional, Kumi Naidoo. Ele classificou a acusação como "absurda e abominável".
O grupo está trabalhando com a possibilidade de que os ativistas respondam ao processo em liberdade. Para isso, já está sendo providenciada residência fixa na Rússia para os 28 militantes do Greenpeace. Por hora, Rosângela, a mãe de Ana Paula, descartou viajar ao país para tentar visitar a filha.
31 anos tem a bióloga brasileira Ana Paula Maciel, presa em Moscou depois de uma ação organizada pelo Greenpeace numa plataforma de petróleo da Rússia.