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Tanque russo é retirado de Khurvaleti: 500 soldados ficarão na Geórgia | Marco Longari/AFP
Tanque russo é retirado de Khurvaleti: 500 soldados ficarão na Geórgia| Foto: Marco Longari/AFP

Moscou - A Rússia anunciou ontem que cumpriu a obrigação de retirar suas forças da Geórgia, nos termos do acordo de cessar-fogo da semana passada, ainda que parecesse manter o controle de vastas porções de território do país.

A Casa Branca afirmou que tanto o presidente George W. Bush quanto Nicolas Sarkozy, presidente da França, concordam que a Rússia não havia cumprido o acordo.

Tropas russas foram vistas em retirada da cidade de Gori e passando pelo último obstáculo de concreto que bloqueava o acesso à rodovia estratégica que conecta o leste e o oeste da Geórgia. "A retirada das forças russas foi realizada sem incidentes e concluída de acordo com os planos às 19h50min, horário de Moscou", disse Anatoli Serdiukov, ministro da Defesa da Rússia.

Mas os russos estavam escavando posições fortificadas cerca de sete quilômetros adiante na estrada, como parte de uma "zona de proteção" em torno da região separatista da Ossétia do Sul. Nas cercanias do porto de Poti, próximo à região separatista da Abkházia, tropas russas escavaram trincheiras perto de uma ponte que oferece o único acesso à cidade.

O governo russo deixou claro que existe uma grande diferença de interpretação quanto à retirada, uma vez que o acordo lhe permite tomar "medidas adicionais" de segurança nas proximidades das regiões separatistas.

Essa divergência e a recusa russa em reconhecer a soberania georgiana sobre as duas regiões vem impedindo que o Conselho de Segurança da ONU aprove uma resolução que encerraria diplomaticamente o conflito.

O vice-chefe do comando militar russo, Anatoly Nogovitsyn, confirmou que a Rússia suspendeu a cooperação com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e criticou a presença de fragatas da organização no mar Negro para exercícios de rotina.

Questionado sobre a suspensão da cooperação com a Otan, Nogovitsyn disse: "Nós realmente estamos evitando participar de tais atividades. Foi um passo que fomos forçados a dar, não iniciamos esta situação."

O embaixador russo na Otan, Dmitri Rogozin, afirmou que a Rússia havia suspendido sua cooperação militar com a aliança atlântica. "A colaboração com a Otan é um assunto complexo e, até que os dirigentes políticos da Rússia decidam como será, o Ministério da Defesa suspendeu a cooperação", disse Rogozin.

A suspensão dos esforços de ajuda e auxílio já foi notificada à Aliança por meio dos canais diplomáticos.

Rogozin, que em Bruxelas acusou a Otan de "continuar ancorada na Guerra Fria" por apoiar a Geórgia no conflito envolvendo a Ossétia do Sul, antecipou que viajaria a Moscou para conversar sobre o assunto com as autoridades do seu país. "Acho que importantes decisões sobre nossa cooperação com a Otan serão tomadas durante essas consultas", disse.

Segundo a imprensa russa, Moscou pode impedir a passagem por seu território de material civil e militar destinado à missão da Força Internacional de Assistência à Segurança no Afeganistão (Isaf, na sigla em inglês).

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