Um propagandista russo admitiu nesta sexta-feira (4) que um ataque da Ucrânia no Mar Negro, que atingiu o porto da cidade russa de Novorossiysk e danificou um navio da Marinha do país de Vladimir Putin, pode representar uma escalada na guerra iniciada em fevereiro do ano passado.
“O ataque de drones da Marinha ucraniana a Novorossiysk é simplesmente um salto quântico na geografia do conflito. É muito maior do que os ataques com drones contra os escritórios dos ministérios do governo russo [em Moscou]”, afirmou Sergey Mardan, em declarações reproduzidas pela CNN. “O ataque de hoje diz apenas uma coisa - ainda seremos forçados a lutar”, acrescentou Mardan.
A exemplo do que ocorreu nos ataques com drones a Moscou, a Rússia afirmou que conseguiu repelir a ação ucraniana e que não ocorreram grandes danos. Entretanto, uma fonte do serviço especial ucraniano disse o contrário à agência Interfax, ao detalhar a operação realizada pelo Serviço de Segurança e pela Marinha da Ucrânia.
“Como resultado do ataque, o [navio militar] Olenegorsk Miner ficou com um grande buraco e no momento não pode realizar missões de combate. Todas as declarações dos russos sobre 'ataque repelido' são falsas”, relatou a fonte, que destacou que um vídeo divulgado na internet “mostra como o drone de superfície do Serviço de Segurança da Ucrânia, com 450 quilos de explosivos, ataca um navio inimigo com cerca de cem tripulantes”.
Antes, em entrevista à televisão ucraniana, Andriy Yusov, porta-voz da inteligência militar da Ucrânia, disse que o ataque foi “um sério tapa na cara” do Kremlin, mas ainda sem confirmar que Kiev estava por trás da ação.
“Em termos de segurança, é claro, esta é uma grande perda para a frota dos invasores. O planejamento de novas operações de desembarque, incluindo o uso dessas embarcações, torna-se mais problemático”, disse Yusov.
No início da semana, após os ataques com drones em Moscou, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que a guerra “está voltando para a Rússia” e que os ataques ao território russo são um “processo inevitável, natural e absolutamente justo” na guerra entre os dois países.