Moscou Ativistas russos estão pedindo a criação na Câmara dos Deputados da Rússia, a Duma, de uma comissão parlamentar para investigar os assassinatos do ex-agente russo Alexander Litvinenko, contaminado em Londres por polônio 210, e da jornalista Anna Politkovskaya. "A Rússia deve assumir sua responsabilidade e investigar o ocorrido, independentemente de quem foram os autores dos assassinatos", defende Lev Ponomariov, presidente da organização "Pelos Direitos Humanos".
Segundo o ativista, a comissão parlamentar deve tratar também de casos como o envenenamento do ex-primeiro-ministro russo Yegor Gaidar, que teve de ser hospitalizado em 24 de novembro em Dublin, mas que já teve alta. O ativista denuncia a existência de "esquadrões da morte" na Rússia, que perseguem opositores, críticos e antigos dissidentes. "Eles não têm medo de nada. Seu único propósito é vingar-se dos que eles chamam de inimigos da Rússia", afirma Ponomariov.
Ao falar dos esquadrões da morte, o ativista cita o antigo agente do serviço secreto, Mikhail Trepashkin, amigo e colega de Litvinenko no Serviço Federal de Segurança (FSB, antiga KGB). Trepashkin, que cumpre pena por revelar segredos de Estado, escreveu em outubro um e-mail a Litvinenko, no qual lhe advertia sobre a possibilidade de "um ato de vingança" contra ele. Ponomariov chamou de "ridícula" a decisão do Serviço Federal Penitenciário (SFP), que proibiu Trepashkin de falar com a promotoria e os detetives da Scotland Yard, que se encontram atualmente em Moscou.