Havana - A cesta básica, conhecida como "libreta, que os cubanos recebem desde os primeiros dias da Revolução Cubana de 1959, perderá três itens a partir de amanhã. De acordo com resolução publicada no diário oficial, a população não terá mais sabão, pasta de dente e detergente gratuitos. Esses produtos serão vendidos exclusivamente em algumas lojas espalhadas pela ilha, por um preço que varia de 5 a 25 pesos (entre US$ 0,23 e US$ 1,13).
O salário médio mensal dos cubanos é de cerca de US$ 20 (R$ 35). As baixas remunerações, ao lado dos cortes nos benefícios sociais, têm causado insatisfação em parte da população.
O Partido Comunista já havia cortado batatas e cigarros da cesta básica, criada após a ascensão de Fidel Castro e o embargo econômico imposto pelos EUA.
Raúl Castro, irmão de Fidel e seu substituto no poder, garantiu que os sistemas de saúde e de educação continuarão livres de tarifas, mas outros subsídios, a exemplo do sabão, da pasta e do detergente, serão cortados.
O fim da "libreta é parte de uma série de medidas anunciadas nos últimos meses pelos dirigentes de Havana, com objetivo de diminuir o tamanho do Estado. Elas incluem demissão de servidores públicos ao longo do ano de 2011 e o estímulo ao setor privado. Cerca de 500 mil trabalhadores do serviço público serão encaminhados e estimulados a abrir negócios próprios.
Presos
O governo cubano concedeu liberdade condicional ao preso político Egberto Morales, que cumpria condenação de 20 anos por espionagem e propaganda inimiga. A informação foi divulgada ontem pelo próprio Morales. Ele ficou mais de 15 anos preso e negou que a Igreja Católica tenha negociado com o governo.
Em entrevista à agência de notícias Efe, Elizardo Sánchez, porta-voz da Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional, declarou que não há "relevância no gesto castrista. Ele justificou que o governo tem como prática soltar presos que tenham cumprido mais da metade da pena. Nas palavras dele, trata-se de uma "liberação de rotina.