Paris Quatro linhas do trem francês de alta velocidade (TGV) foram objeto de sabotagem, o que provocou atrasos ainda mais significativos no transporte de passageiros, já agravado pela greve no setor, que entrou ontem em seu oitavo dia.
É possível, no entanto, que a greve dos ferroviários termine hoje. Ontem, as primeiras 50 reuniões nos locais de trabalho terminaram com o voto pela suspensão do movimento.
O primeiro-ministro François Fillon acusou os sabotadores, ainda não identificados, de tentarem comprometer as negociações já iniciadas entre o governo e grevistas. Os sindicatos qualificaram o ato de "criminoso'' e disseram desaprová-lo de modo categórico.
Fogueiras acesas nos trilhos danificaram equipamentos de sinalização em regiões diferentes e distantes de Paris. Em razão da sabotagem, os TGVs que circularam (dois a cada três previstos) sofreram atrasos de uma a três horas.
A direção da ferrovia SNCF teve sua primeira reunião com os grevistas, que protestam contra o plano do presidente Nicolas Sarkozy de pôr fim ao regime especial de aposentadorias, com dois anos e meio a menos de cotização, o que vale para algumas categorias. Estavam ontem paralisados pouco mais de 20% dos funcionários daquela estatal.
A greve também continua a se esvaziar nos metrôs de Paris, onde os grevistas se reúnem hoje em assembléia. Duas linhas funcionam normalmente, e as demais registravam ontem no mínimo uma em cada três composições. Apenas as linhas do metrô expresso permaneciam semiparalisadas.
O governo não pretende fazer concessões de fundo aos sindicatos. Uma das propostas levantadas ontem consistiu em incorporar ao salário dos futuros aposentados as gratificações recebidas na ativa.