Atualizado na quarta-feira, dia 26/07, às 18h57
Saddam Hussein, fragilizado por duas semanas de greve de fome, disse nesta quarta-feira que foi forçado a comparecer ao seu julgamento por crimes contra a Humanidade e que, se for considerado culpado, prefere ser fuzilado a ser enforcado.
A equipe de defesa do ex-ditador e de sete autoridades iraquianas acusadas junto com ele boicotaram a sessão de segunda-feira do julgamento, que se aproxima de sua conclusão.
- Não foi escolha minha vir ao tribunal - disse Saddam ao juiz, vestindo um terno escuro e segurando uma cópia do Corão. - Escrevi uma petição esclarecendo que não queria vir ao tribunal, mas eles me trouxeram contra minha vontade(...) Eu estou em greve de fome desde 8 de julho - acrescentou.
Saddam, de 69 anos, foi alimentado por meio de um tubo durante a greve de fome, feita contra o que ele diz ser um julgamento injusto. O homem que comandou o Iraque com punho de ferro disse que prefere ser levado diante de um pelotão de fuzilamento a ser enforcado caso seja condenado.
- Eu o aconselho, como um iraquiano, que, se estiver numa circunstância em que tiver de determinar uma pena de morte, a se lembrar que Saddam
é um militar e, neste caso, o veredicto deve ser a morte a tiros e não por enforcamento - afirmou ele ao juiz.
Saddam nomeou a si mesmo como comandante do Exército, embora na prática nunca tenha sido treinado ou atuado como soldado até chegar ao poder.
A greve de fome parece não ter abalado o estilo combativo de Saddam no tribunal. Embora sua voz, antes imponente, estivesse fraca, o ex-líder iraquiano se comportou de forma furiosa em alguns momentos.
- Mesmo se ficar sem comer por dez meses, ainda terei toda minha energia e saúde. Você pensou que Saddam Hussein não seria capaz de falar após 20 dias? - provocou.
Saddam e os outros réus são acusados pela morte de 148 homens e adolescentes xiitas do vilarejo de Dujail, em 1982.
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