Saddam Hussein convocou os iraquianos a se unirem e a lutarem contra as forças norte-americanas e afirmou que sua execução representaria um sacrifício feito em nome do país, segundo uma carta escrita pelo ex-ditador, que foi obtida pela Reuters nesta quarta-feira.
``Neste momento, ofereço-me em sacrifício. Se Deus onipotente assim desejar, ela (minha alma) me levará até onde Ele mandar, a fim de que eu esteja ao lado dos mártires'', afirmou Saddam na carta escrita a mão e entregue pelos advogados de defesa dele, na Jordânia.
``Se minha alma seguir esse caminho (do martírio), ela encarará Deus de forma serena.''
A equipe de defesa do ex-ditador disse que a carta tinha sido escrita pouco depois de Saddam ter sido condenado à morte, em novembro, por crimes contra a humanidade cometidos durante os 24 anos de governo dele, e antes de uma corte de apelação ter confirmado, na terça-feira, a decisão de primeira instância.
``Vocês conhecem seu irmão e líder como conhecem a própria família de vocês. Ele não se curvou aos tiranos e continuou a ser uma arma contra eles'', disse Saddam.
``Ó grande povo, eu convoco-os para conservarem os valores que lhes permitiram serem dignos de carregarem, lado a lado, a fé e a serem a luz da civilização'', escreveu.
``Sua unidade se levanta contra o perigo de serem tragados pela servidão.''
Saddam acrescentou: ``Ó bravos iraquianos da heróica resistência, ó filhos de uma única nação, direcionem sua inimizade contra os invasores. Não os deixem dividi-los. Vida longa à jihad (guerra santa) e aos mujahideen contra os invasores.''
Com a decisão da corte de apelação, Saddam pode ser executado por enforcamento dentro de 30 dias.