O ex-ministro das Relações Exteriores do Iraque, Tariq Aziz, um proeminente integrante do restrito círculo do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein (1937-2006), disse que o governante iraquiano ficou "encantado" com os ataques a bomba desfechados por terroristas contra duas embaixadas dos Estados Unidos no Leste da África em 1998, mas não tinha nenhum interesse em colaborar com Osama bin Laden, mostraram documentos não classificados. Pelo contrário, Saddam era hostil a grupos islamitas.
"Saddam não confiava em islamitas" disse Aziz, de acordo com notas tomadas em um interrogatório do ex-chanceler em 27 de junho de 2004. Aziz disse, contudo, que Saddam via a Al-Qaeda como uma organização "efetiva". As notas do FBI, polícia federal dos EUA, estão entre centenas de páginas de interrogatórios feitos com os principais funcionários do regime iraquiano de Saddam, derrubado em 2003.
Nenhuma arma nuclear - ou qualquer sinal de um programa nuclear ativo - foram encontrados no Iraque após a guerra, e as gravações dos interrogatórios de Aziz apoiam os argumentos de que embora Saddam visse os EUA como seu inimigo, ele também era hostil à rede extremista Al-Qaeda e à ideologia religiosa radical do grupo.
Saddam considerava Osama e outros extremistas islâmicos como "hipócritas e oportunistas", disse Aziz ao FBI. Aziz, atualmente com 74 anos, e que virou a face do Iraque para milhões de pessoas no mundo inteiro durante a Guerra do Golfo em 1991, permanece numa prisão iraquiana, após ter sido sentenciado a 22 anos de prisão por crimes ligados à sua participação no governo de Saddam.