O ex-presidente do Iraque Saddam Hussein pretende manter sua greve de fome, que já dura dez dias, até que seus advogados de defesa tenham proteção adequada e que haja garantia de um julgamento justo, disse nesta segunda-feira seu principal advogado.
- A greve de fome já começou a ter efeitos sobre a saúde dele - disse Khalil Dulaimi, em Amã.
Ele deu as declarações após seu primeiro encontro com Saddam desde o início da greve de fome, no dia 7 de julho, junto com outros três réus.
Dulaimi esteve com Saddam na segunda-feira, numa instalação de segurança máxima, perto do aeroporto de Bagdá. Ele disse que Saddam está com bom estado de espírito, mas não quis dar mais detalhes sobre sua saúde.
- Estamos preocupados com a saúde dele, mas não temos opção exceto respeitar sua decisão de prosseguir com a greve até que as reivindicações da defesa sejam atendidas - disse Dulaimi.
As Forças Armadas dos EUA confirmaram que Saddam vem recusando suas refeições desde o jantar de 7 de julho. O julgamento do ex-presidente por crimes contra a humanidade será retomado em uma semana.
Segundo os EUA, Saddam está em bom estado de saúde, apesar de recusar a alimentação.
Dulaimi disse que Saddam e os outros três réus estão inflexíveis sobre as exigências de reforço na segurança dos advogados e de suas famílias. No mês passado, mais um advogado da equipe foi morto em Bagdá. No total, três integrantes da defesa foram assassinados desde o início do julgamento, em outubro.
Dulaimi responsabilizou esquadrões da morte xiitas pelas mortes.
- Junto com mais proteção para os advogados e suas famílias, o presidente quer que o tribunal se comprometa com as condições de um julgamento justo segundo a lei internacional - disse Dulaimi.
Dulaimi disse que Saddam está tomando café e chá, mas negou as informações de que ele esteja tomando água enriquecida com nutrientes. Saddam já fez outras greves de fome durante o julgamento.