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Justiça

Sai acordo para vítimas de abusos praticados por padres

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Vídeo: (Foto: RPC TV)

Los Angeles – Após um turbulento fim de semana, foram concluídas ontem as negociações que chegaram à marca de US$ 660 milhões (R$ 1,2 bilhão) de indenizações que deverão ser pagas pela Arquidiocese da Igreja Católica Romana a 508 vítimas de abusos sexuais praticados por religiosos.

O juiz Haley Fromholtz aprovou o acordo fechado entre os advogados das vítimas e os da Igreja. Na hora do anúncio, foi feito um momento de silêncio em memória das vítimas que morreram enquanto o processo estava em andamento – foram anos de negociações. "Este é o resultado certo", comentou o magistrado.

O acordo marca o fim de mais de cinco anos de negociações e é, de longe, o maior montante pago por qualquer diocese desde que o escândalo sobre abusos sexuais em igrejas estourou nos Estados Unidos, na diocese de Boston, em 2002.

Ray Bouchet, chefe dos advogados das vítimas, agradeceu os seus clientes pela coragem. "Eu sei que tudo foi muito difícil para a maioria das vítimas, cujas marcas são muito profundas", afirmou.

O cardeal Roger Mahony, líder da Arquidiocese de Los Angeles, a maior do país, pediu desculpas ontem às centenas de vítimas de abusos sexuais que receberão indenização.

"Não há como voltar atrás e dar a eles a inocência que lhes foi retirada. Isto é o que eu gostaria de devolver às vítimas... e não posso", afirmou o cardeal. "Mais uma vez, peço desculpas a todos os que foram ofendidos e abusados. Isto não deveria ter acontecido e não deve acontecer nunca mais.

Do lado de fora do tribunal, entretanto, alguns pleiteantes não estavam prontos para aceitar as palavras do cardeal.

Ali, o pleiteante Lee Bashforth segurava uma foto que o mostrava quando criança ao lado do padre que o abusou. Ele classificou como "dissimuladas" as desculpas do cardeal e afirmou que "o acordo só serviu para livrar a Igreja de responder perante um júri às acusações".

Outro pleiteante, Steve Sanchez, afirmou que espera agora não ser mais considerado apenas uma "suposta" vítima. "Se pagam US$ 660 milhões, é porque não tem nada de ‘suposto’."

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