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Saiba qual é verdadeira capacidade nuclear da Coreia do Norte

Kim Jong-Un pode ter usado teste nuclear como moeda política, avalia especialista | YONHAP/AFP
Kim Jong-Un pode ter usado teste nuclear como moeda política, avalia especialista (Foto: YONHAP/AFP)

A Coreia do Norte anunciou nesta quarta-feira (6) ter realizado seu quarto teste nuclear, o primeiro com uma bomba de hidrogênio. Veja quais são seus objetivos e possíveis consequências segundo explicações de Crispin Rovere, especialista australiano em política nuclear.

A Coreia do Norte é uma potência nuclear?

Não, ao menos por enquanto, porque não demonstrou sua capacidade de equipar um míssil balístico com uma carga nuclear. Mas avança no campo tecnológico. Já havia realizado três testes nucleares, em 2006, 2009 e 2013, provavelmente com bombas de plutônio de baixo rendimento nos dois primeiros e de urânio no terceiro, neste caso talvez com um artefato miniaturizado.

No quarto afirma que se trata de uma bomba termonuclear de hidrogênio. Os especialistas têm suas dúvidas: “Os dados sísmicos indicam que a explosão não é compatível com a provocada por uma bomba H”.

Qual é a capacidade balística de Pyongyang?

O foguete lançado em dezembro de 2012 e a colocação em órbita de um satélite (que não sobreviveu) foi essencial para o desenvolvimento de um míssil balístico intercontinental (ICBM), embora persistam os obstáculos técnicos.

Os especialistas ressaltam que o foguete entrou no espaço mas não retornou à atmosfera seguindo uma trajetória de tiro contra um alvo terrestre. A Coreia do Norte demonstrou que podia enviar um foguete ao espaço, mas que era incapaz de fazê-lo voltar à Terra.

Também estimam que levará muito tempo para poder introduzir uma carga nuclear em um míssil balístico intercontinental.

Onde ocorreu o teste?

Assim como os anteriores, ocorreu nas instalações nucleares de Punggye-ri, em uma região isolada e montanhosa do nordeste do país, a 100 km da fronteira com a China e a 200 km da fronteira russa.

Os especialistas sul-coreanos estimam que a construção do complexo começou há mais de 20 anos. Satélites espiões o observam, pelo menos até as últimas semanas.

Quais são as consequências internacionais?

O teste será analisado no exterior (Estados Unidos, Coreia do Sul, Japão), mas é possível que pouco se saiba dele, para além da informação comunicada pelo regime norte-coreano.

A China, principal interlocutora de Pyongyang, “enfrentará uma pressão crescente, ao mesmo tempo nacional e internacional, para punir e frear Kim Jong-Un e para obrigá-lo a renunciar às suas armas nucleares”, estima Xie Yanmei, analista do International Crisis Group no norte da Ásia com sede em Pequim.

As relações com a Coreia do Sul também podem se ressentir e Seul pode se ver tentada, como o Japão, a reforçar seu arsenal legislativo e militar diante da ameaça representada pelo regime comunista norte-coreano.

Os testes nucleares de mísseis anteriores foram condenados e punidos através de resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que se reunirá na quarta-feira.

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