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Crise nuclear

Saiba quanta radiação é perigosa para a saúde

Os níveis de radiação no Japão continuavam a representar uma preocupação enorme nesta quarta-feira, após as explosões e os incêndios na usina nuclear de Fukushima. Mas não há indicações de que pessoas que não estavam nas redondezas imediatas da usina tenham sido expostas a níveis prejudiciais de radiação.

Em Tóquio foram detectados apenas níveis muito insignificantes, que não representam perigo.

Seguem algumas informações sobre os perigos da radiação para a saúde:

* Na noite de terça-feira, os níveis de radiação em Tóquio e redondezas eram inferiores a 1 microsievert. Embora isso seja quase dez vezes o nível normal, especialistas dizem que essa quantidade de radiação é mínima, menor até que a radiação emitida por uma radiografia odontológica, que é de aproximadamente 10 microsieverts.

* Mesmo que uma pessoa fosse exposta a esse nível de radiação em Tóquio durante um ano inteiro, equivaleria a mais ou menos um terço da radiação emitida por uma única tomografia computadorizada de um órgão.

* As pessoas são constantemente expostas a algum nível de radiação natural. São expostas a quantidades muito pequenas quando se sentam em aviões, fazem radiografias rotineiras do tórax ou odontológicas, e a quantidades maiores quando fazem exames médicos como tomografias computadorizadas e ressonâncias magnéticas.

Dependendo da rota de um vôo, voar à altitude de 12 mil metros expõe o passageiro a radiação de entre 3 e 9 microsieverts por hora --muito mais alta do que os níveis detectados em Tóquio até agora.

» As pessoas geralmente são expostas a entre 1 e 10 milisieverts de radiação por ano, vinda da radiação natural de fundo que é provocada por substâncias radiativas presentes no ar e no solo. Mil microsieverts compõem 1 milisievert.

» Uma tomografia computadorizada de corpo inteiro, por exemplo, emite uma dose de radiação de 20 a 30 milisieverts, enquanto uma tomografia computadorizada de um único órgão envolve uma dose de menos de 10 milisieverts.

» A radiação é medida usando a unidade sievert, que quantifica a quantidade de radiação absorvida pelos tecidos humanos. Um sievert equivale a 1.000 milisieverts.

» Na manhã da quarta-feira, os níveis de radiação na usina de Fukushima atingiram 10 milisieverts, e uma hora mais tarde caíram para cerca de 3 milisieverts, teria dito a agência japonesa de segurança nuclear, segundo a agência de notícias Kyodo. Na manhã da terça-feira o nível chegou a 400 milisieverts por hora, o máximo atingido na crise atual -- 20 vezes a exposição anual a radiação sofrida por alguns profissionais da indústria nuclear e mineiros que trabalham na extração de urânio.

Seguem abaixo alguns níveis diferentes de exposição a radiação, todos medidos em milisieverts, e seus efeitos prováveis em humanos. Os dados são da Agência de Proteção Ambiental dos EUA.

» Exposição a entre 50 e 100 milisieverts: mudanças na composição do sangue.

» 500: náusea que se manifesta em questão de horas.

» 700: vômitos.

» 750: queda de cabelos que se manifesta em entre 2 a 3 semanas.

» 900: diarreia.

» 1.000: hemorragia.

» 4.000: possível morte no prazo de dois meses, se a vítima não receber tratamento.

» 10.000: destruição da parede intestinal interna, hemorragia interna e morte em entre 1 e 2 semanas.

» 20.000: danos ao sistema nervoso central, perda de consciência em questão de minutos e morte no prazo de horas ou dias.

Fontes: Conselho de Energia Atômica de Taiwan, Associação Nuclear Mundial, Departamento de Transportes dos EUA e Agência de Proteção Ambiental dos EUA.

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