As perspectivas incertas de reeleição do presidente francês Nicolas Sarkozy ganharam um pequeno incentivo na segunda-feira quando o popular ex-ministro do Meio Ambiente Jean-Louis Borloo, centrista, anunciou que não vai se candidatar em abril do próximo ano.
Anunciada no domingo, a decisão de Borloo reduz o risco de o voto conservador dividir-se, prejudicando Sarkozy. Mas analistas avisaram que não se deve dar como certo que os partidários moderados de Borloo passem a apoiar o presidente.
Borloo, que disse não acreditar que tenha apoio suficiente para uma candidatura com chances realistas, vinha obtendo entre 7 e 8 por cento nas pesquisas de opinião e poderia ter reduzido o apoio a Sarkozy no primeiro turno, que promete ser uma disputa difícil com o Partido Socialista, o principal agrupamento da oposição.
Sarkozy, que deve anunciar ainda este ano sua intenção de buscar um segundo mandato, vai precisar de cada voto que puder para garantir que a líder de extrema-direita Marine le Pen não o tire do segundo turno eleitoral.
Sarkozy desagradou a muitos moderados quando tentou cortejar os eleitores da extrema-direita, adotando postura de linha dura sobre a segurança e a imigração. Outros se sentiram ofendidos com seu estilo hiperativo.
Isso pode beneficiar outro centrista de longa data, François Bayrou, que estuda a possibilidade de candidatar-se novamente à Presidência.
Os socialistas, que estão na vantagem nas pesquisas para as eleições presidencial e parlamentar do próximo ano, esperam que Sarkozy possa cair antes do segundo turno.
"Os eleitores precisam saber que é o primeiro turno que vai contar na eleição presidencial de 2012," disse o favorito socialista François Hollande, projetado como vencedor da primária de seu partido, este mês.
As pesquisas indicam que Hollande poderia vencer a eleição presidencial se ela acontecesse hoje, com Sarkozy sendo o segundo colocado. Mas o presidente tem vantagem muito pequena sobre Le Pen, da Frente Nacional.
É possível também que o maior rival de Sarkozy Dominique de Villepin, ex-primeiro-ministro, lance sua candidatura centrista à eleição presidencial.
Uma pesquisa divulgada no domingo constatou que 62 por cento dos eleitores acham que Sarkozy vai perder a eleição.
O ministro da Agricultura, Bruno Le Maire, chefe da estratégia eleitoral do governista partido UMP, disse que vai procurar Borloo nas próximas semanas para saber como ele pode cooperar com a candidatura de Sarkozy. "Não há espaço para divisões," disse Le Maire.
Depois de aumentar um pouco nas últimas semanas, a popularidade de Sarkozy caiu novamente no final de setembro em função de uma série de escândalos envolvendo ex-assessores e amigos, além da derrota nas eleições do Senado, que deixaram claro o desencanto do eleitorado.
Gael Sliman, diretor do instituto de pesquisas BVA, disse que as pesquisas mostram que os partidários de Borloo não vão automaticamente transferir seus votos para o presidente.
Borloo ainda não disse a seus partidários quem ele recomenda que eles apoiem na eleição.
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