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Em cerimônia de entrega de prêmios em Nova York, escritor vítima de atentado disse que não vai se calar diante de ameaças extremistas
Em cerimônia de entrega de prêmios em Nova York, escritor vítima de atentado disse que não vai se calar diante de ameaças extremistas| Foto: EFE/EPA/SARAH YENESEL

O escritor Salman Rushdie, gravemente ferido em um atentado cometido por um extremista muçulmano em agosto do ano passado, fez sua primeira aparição pública na noite de quinta-feira (18), quando participou da cerimônia de entrega de prêmios da fundação PEN America em Nova York e foi ovacionado pelo público.

Rushdie escondeu com uma lente preta a cicatriz do ferimento que o fez perder um dos olhos durante o ataque, e mostrou que não perdeu o bom humor nas primeiras palavras: “Olá a todos. É bom estar aqui de novo, comparado a não estar, que também era uma opção. Estou muito feliz que os dados tenham caído dessa maneira”.

O escritor, que sempre esteve intimamente ligado ao PEN America - fórum que reúne escritores consagrados - e se tornou seu presidente, recebeu o Prêmio à Coragem por ter sobrevivido ao ataque de Hadi Matar, um jovem de 24 anos de origem libanesa.

Na hora de receber o prêmio, Rushdie quis homenagear todos aqueles que o ajudaram no dia do atentado, ocorrido em uma instituição no interior do estado de Nova York.

“Eu fui o alvo naquele dia, eles foram os heróis. A coragem naquele dia foi toda deles”, declarou, deixando claro que não pretende ficar calado após o atentado.

“O terrorismo não deve nos aterrorizar. A violência não pode nos deter. Como diziam os velhos marxistas, la lutte continue, la lutta continua”, afirmou o escritor, em francês e italiano.

Rushdie foi condenado à morte por uma fatwa emitida pelo aiatolá Khomeini do Irã em 1989 pela publicação do livro “Versos Satânicos”, e desde então passou a maior parte de sua vida sob escolta permanente, embora nos últimos tempos a vigilância tenha sido relaxada.

O agressor de Rushdie, Hadi Matar, está em prisão preventiva sob a acusação de tentativa de homicídio e pode ser condenado a até 25 anos de prisão.

Na única entrevista que deu após o ataque, Matar reconheceu que havia lido apenas “algumas páginas” da obra de Rushdie.

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