Salvar o casamento na china vira negócio de rápida expansão

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Tratamento psicológico para o casal, assessoria legal ou contratação de detetives são alguns dos serviços cuja demanda cresce na China como formas de evitar o divórcio.

Caso o problema seja comunicação, por ¥ 250 a hora (cerca de R$ 70) o casal pode tentar resolver suas diferenças com a ajuda de psicólogos e sessões de tratamento matrimonial. Já o serviço de assessoria legal sai mais caro, por ¥ 800 (R$ 220).

Se o obstáculo é uma amante que coloca em risco a relação, as agências de divórcio oferecem um serviço exclusivo: vão atrás do terceiro lado e pedem, pacificamente, que não volte a incomodar o casal.

Por um contrato de 24 horas, tempo considerado suficiente para encontrar o "culpado" ou a "culpada", o "detetive de amantes" cobra até ¥ 5 mil (R$ 1.500).

Devido ao aumento do número de divórcios na China, os negócios de algumas das empresas especializadas estão em verdadeira expansão. Uma delas é a Weiqing Marriage Consulting de Xangai, conhecida como a primeira "agência de divórcio", que recentemente abriu sua 28ª filial em Cantão.

Segundo o fundador da agência, Shu Xin, que escreve para colunas de relacionamentos em várias revistas locais, por muito tempo acreditou-se na China que o divórcio era algo vergonhoso, e a idéia de uma ruptura matrimonial era inaceitável. "Mas agora a situação é diferente e cada vez mais pessoas esqueceram essa antiga concepção", disse o empreendedor.

Desde que Shu abriu seu negócio, em março de 2004, mais de 2.700 pessoas passaram por seus consultórios. Destas, 80% tentaram salvar o casamento ou, pelo menos, adiar o divórcio.

Segundo o "guru sentimental", as pessoas vão ao consultório buscando três tipos de ajuda: antes do divórcio, para contratar serviços de tratamento matrimonial; durante o processo de separação, buscando assessoria legal; e após a ruptura, para assistência psicológica.

O trabalho dos consultores de Wenqing (manter o sentimento, em chinês) vai desde apoio psicológico a suporte legal, e é desenvolvido em diferentes fases.

A primeira delas é analisar a situação atual do casal, os conflitos e, caso os interessados anunciem que pretendem se divorciar, a agência tenta salvar o casamento através de tratamento e conselhos de especialistas.

Se a ruptura for inevitável, os consultores se encarregam de ajudar no divórcio, dando assessoria legal e tentando chegar a acordos de forma pacífica e de acordo com a lei.

Além da assessoria personalizada, a Wenqing oferece conselhos em seu site, que já recebeu mais de 500 mil visitas durante seus quase três anos de existência.

No "clube dos divorciados", outro site desenvolvido pela empresa de Shu, mais de 900 mil internautas separados buscam consolo, falam sobre decisões judiciais do fim do casamento e podem até encontrar um novo par após a separação.

Para aquelas pessoas que, após a traumática experiência, precisam de acompanhamento psicológico -um serviço procurado principalmente por mulheres nos primeiros 3 a 6 meses, segundo Shu- as agências dispõem de profissionais que curarão as feridas e incentivarão os clientes a fazer parte do "clube" virtual.

Não existem números oficiais sobre o índice de divórcio na China. No entanto, Shu estima que o número deve ficar em torno de 17% dos casamentos realizados no país durante um ano.

Os principais motivos para separação costumam ser amantes, problemas financeiros, desavenças na educação dos filhos e ter que cuidar dos pais ou de idosos na família.