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crise nuclear

"Samurais" lutam para evitar fusão em reatores no Japão

Eles se arriscam a explosões, fogo e um inimigo invisível: a radiação, que poderá matar rapidamente ou décadas depois, enquanto correm para impedir um desastre dentro da escura e superaquecida usina nuclear. Os 180 trabalhadores que atuam em situação de emergência no complexo de Fukushima-Daiichi surgem como heróis nessa calamidade desencadeada por um terremoto e um tsunami.

Chamados de "samurais" dos tempos modernos, os técnicos voltaram ao trabalho ontem depois de um aumento de radiação os forçar a deixar seus postos durante horas. "Não sei de que outra maneira dizer, mas eles são como combatentes suicidas numa guerra", disse Keiichi Makagawa, professor do Departamento de Radiologia do Hospital Universitário de Tóquio.

Pequenas equipes formadas por esses trabalhadores anônimos entram e saem precipitadamente por 10 a 15 minutos cada vez para bombear água do mar para os reatores superaquecidos, monitorá-los e limpar os detritos deixados pelas explosões. Se ficassem mais tempo ficariam muito expostos à radiação. E eles lutam também com o problema de equipamentos quebrados e a falta de eletricidade.

Mesmo em períodos normais, os trabalhadores usam macacões, máscaras que cobrem o rosto com filtros, capacetes e luvas quando entram em áreas onde podem se expor à radiação. Alguns carregam um reservatório de oxigênio, para não inalar partículas radioativas que poderiam chegar a seus pulmões.

Esta semana, os trabalhadores lutaram horas para abrir uma válvula de escape de pressão e para permitir a entrada de água nos reatores. Segundo o jornal local Yomiuri, um trabalhador que abriu uma válvula estava hospitalizado após ficar exposto à radiação por 10 minutos, mesmo usando roupas de proteção.

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