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O Congresso da Espanha reelegeu nesta quinta-feira (16) o socialista Pedro Sánchez como presidente do governo, com 179 votos a favor da sua posse, três a mais do que a maioria necessária de 176, de um total de 350 deputados.
Sánchez recebeu o apoio dos partidos de esquerda, independentistas, nacionalistas e regionalistas com os quais chegou a acordos após ser proposto como candidato pelo rei Felipe VI em 3 de outubro. A base política formada pelo socialista foi alvo de revolta por parte da oposição, uma vez que está ancorada no alinhamento com condenados e investigados pela Justiça.
Antes da votação, o reeleito defendeu a plena legitimidade da sua posse e instou o Partido Popular (PP), principal ala da oposição, vencedor das eleições de julho, a aceitar sua derrota.
Além disso, frisou que o seu governo é plenamente constitucional, uma vez que a representação do povo espanhol reside no Parlamento.
Um governo que, segundo lembrou, tem o poder limitado apenas pelas leis e por seu mandato temporário.
“A democracia só é possível se esta derrota temporária e limitada for aceita. Isto é democracia parlamentar e é assim que deve continuar a ser se quisermos preservar nossa coexistência livre e pacífica”, disse.
Cabe agora a Felipe VI formalizar a nomeação de Sánchez como chefe do Executivo para os próximos quatro anos, assim que a presidente do Congresso, Francina Armengol, o informar da decisão do Congresso, o que está previsto para acontecer hoje.
Depois de duas tensas sessões de debates, marcadas pela aprovação da anistia aos independentistas catalães, Sánchez conseguiu a reeleição para seu terceiro mandato como presidente do governo espanhol, onde deverá manter um equilíbrio complexo com todos os partidos que o apoiaram.
Além de defender a polêmica anistia perante os grupos parlamentares, o líder socialista apresentou em seus discursos no Congresso um programa para a próxima legislatura baseado na harmonia, nos direitos sociais e na projeção internacional da Espanha.
As últimas semanas foram marcadas por manifestações da oposição contra a permanência do socialista no poder. Na semana passada, um ato ocorrido em Madri, na frente da sede do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), resultou na prisão de 15 pessoas. (Com agência EFE)