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Líder russo Vladimir Putin preside uma reunião na residência de Novo-Ogaryovo, no distrito de Odintsovo | Alexei Nikolskyi/Reuters
Líder russo Vladimir Putin preside uma reunião na residência de Novo-Ogaryovo, no distrito de Odintsovo| Foto: Alexei Nikolskyi/Reuters

Contra-ataque

Kremlin acusa os EUA de violarem Tratado de Forças Nucleares

AFP

O Ministério russo das Relações Exteriores considerou infundadas as acusações de Washington de que Moscou teria violado o tratado de controle de armas assinado entre os dois países em 1987 ao testar um míssil de cruzeiro e acusou os EUA de não respeitarem esse tratado.

"Essas declarações são tão infundadas quanto tudo o que ouvimos recentemente de Washington sobre outras questões. Não há evidência alguma que apoie essa acusação", declarou a chancelaria russa, em um comunicado. "A implantação recente, como parte do escudo antimísseis americano, de rampas de lançamento MK-41 pelos EUA na Polônia e na Romênia, é um tema que está crescendo."

Para o Kremlin, as rampas de lançamento podem ser consideradas uma violação direta do Tratado de Forças Nucleares de Médio Alcance (INF).

A Rússia, que considera a instalação do escudo antimísseis americano na Europa uma ameaça à sua segurança, tenta fazer com que o projeto seja abandonado ou se associar a ele.

Os EUA estão preocupados com o desenvolvimento de novos mísseis por Moscou desde 2008, segundo artigo publicado no New York Times, que cita fontes oficiais americanas.

A Rússia classificou as novas sanções que sofreu como "destrutivas e míopes""e disse ontem que elas irão deteriorar as relações de Moscou com o Ocidente, que já passam pelo pior momento desde o fim da Guerra Fria, por causa da crise na Ucrânia.

A Rússia alertou que as sanções, as mais robustas até agora contra os bancos estatais e as empresas de energia russas, podem levar a um aumento nos preços da energia na Europa e afetar a cooperação de Moscou com Washington em temas globais nos quais detém influência considerável.

"Tais decisões de Wa­­shington não fazem nada além de agravar ainda mais as relações entre os EUA e a Rússia e criar um ambiente inteiramente desfavorável nos assuntos internacionais, nos quais a cooperação entre nossos Estados tem um papel decisivo", declarou o Ministério das Relações Exteriores russo. "As perdas causadas por essa política destrutiva e míope serão bastante palpáveis para Washington."

As sanções, anunciadas de forma coordenada entre Washington e Bruxelas, marcam uma nova fase no confronto entre a Rússia e o Ocidente, aprofundado pela derrubada do voo MH17, da Malaysia Airlines, que matou as 298 pessoas que estavam a bordo, no leste ucraniano.

O presidente dos EUA, Ba­­rack Obama, afirmou que as sanções terão "o maior impacto na economia russa que vimos até agora".

Entre os alvos das novas medidas dos EUA estão o VTB, o Banco de Moscou e o Banco de Agricultura da Rússia, informou o Tesouro norte-americano. As medidas proíbem cidadãos e empresas dos EUA de negociar dívidas que excedam o prazo de 90 dias ou novas ações.

Cinco dos seis maiores ban­­cos estatais russos estão sob sanções norte-americanas a partir de agora.

O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei La­­vrov, disse que a Rússia, que tem poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, levará as sanções em conta em suas relações futuras com Washington, mas não vai adotar medidas do tipo "olho por olho". "Isso não nos alegra, mas tampouco pretendemos agir como se nada estivesse acontecendo", afirmou Lavrov.

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