A Rússia classificou as novas sanções que sofreu como "destrutivas e míopes""e disse ontem que elas irão deteriorar as relações de Moscou com o Ocidente, que já passam pelo pior momento desde o fim da Guerra Fria, por causa da crise na Ucrânia.
A Rússia alertou que as sanções, as mais robustas até agora contra os bancos estatais e as empresas de energia russas, podem levar a um aumento nos preços da energia na Europa e afetar a cooperação de Moscou com Washington em temas globais nos quais detém influência considerável.
"Tais decisões de Washington não fazem nada além de agravar ainda mais as relações entre os EUA e a Rússia e criar um ambiente inteiramente desfavorável nos assuntos internacionais, nos quais a cooperação entre nossos Estados tem um papel decisivo", declarou o Ministério das Relações Exteriores russo. "As perdas causadas por essa política destrutiva e míope serão bastante palpáveis para Washington."
As sanções, anunciadas de forma coordenada entre Washington e Bruxelas, marcam uma nova fase no confronto entre a Rússia e o Ocidente, aprofundado pela derrubada do voo MH17, da Malaysia Airlines, que matou as 298 pessoas que estavam a bordo, no leste ucraniano.
O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou que as sanções terão "o maior impacto na economia russa que vimos até agora".
Entre os alvos das novas medidas dos EUA estão o VTB, o Banco de Moscou e o Banco de Agricultura da Rússia, informou o Tesouro norte-americano. As medidas proíbem cidadãos e empresas dos EUA de negociar dívidas que excedam o prazo de 90 dias ou novas ações.
Cinco dos seis maiores bancos estatais russos estão sob sanções norte-americanas a partir de agora.
O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, disse que a Rússia, que tem poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, levará as sanções em conta em suas relações futuras com Washington, mas não vai adotar medidas do tipo "olho por olho". "Isso não nos alegra, mas tampouco pretendemos agir como se nada estivesse acontecendo", afirmou Lavrov.