A Rússia acusou nesta sexta-feira os Estados Unidos de violarem o direito internacional e prejudicarem a cooperação com o programa nuclear do Irã, por terem imposto sanções a empresas acusadas de transferir tecnologia estratégica a Teerã.
O Departamento de Estado norte-americano anunciou sanções a empresas da China, da Venezuela e da Rússia pela suposta transferência de tecnologia estratégica para que Irã, Coréia do Norte e Síria desenvolvam armas de destruição em massa ou mísseis.
"Estas novas sanções foram introduzidas sem qualquer fundamento jurídico internacional", disse o chanceler russo, Sergei Lavrov, a jornalistas. "É claro que a Rússia levará isso em conta em questões práticas e nas relações com os Estados Unidos, como nas esferas comercial, econômica e outras."
Ele acrescentou que as medidas não farão Moscou alterar suas políticas para o Irã. "Todo o nosso comércio e toda a nossa cooperação técnico-militar com o Irã é realizada em rígida concordância com as normas jurídicas internacionais atuais", afirmou. "Não pode haver outra explicação aqui senão a implementação arrogante e extraterritorial das leis norte-americanas."
O Irã rejeita as acusações ocidentais de que estaria desenvolvendo armas nucleares, e alega que seu programa atômico se destina à geração de eletricidade com fins civis. A Rússia deu apoio limitado a três pacotes de sanções aprovados pela ONU nos últimos anos, mas diz não haver provas contra Teerã.
Os EUA impuseram novas sanções unilaterais contra 13 empresas em três países, inclusive a estatal russa de armas, a Rosoboronexport, que já havia sido atingida por punições norte-americanas em 2006, provocando críticas de Moscou.
Um porta-voz da Rosoboronexport disse à TV russa que as novas medidas são "um caso de concorrência inescrupulosa" por parte dos EUA, já que a empresa estaria de acordo com todas as normas internacionais do controle armamentista.
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