O senador americano Bernie Sanders, que foi pré-candidato do Partido Democrata à Casa Branca, criticou nesta segunda-feira (8) o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. A declaração veio um dia antes de o Senado brasileiro decidir se a petista, afastada do cargo desde maio, vai ou não a julgamento.
Em seu site, Sanders pede ao governo americano que tome uma posição forte contra a retirada de Dilma. “Para muitos brasileiros e observadores o controverso processo de impeachment se parece mais com um golpe.”
Ele também critica o presidente interino, Michel Temer, por abolir os ministérios da Igualdade Racial, dos Direitos Humanos e a Secretaria de Política para as mulheres e por ter escolhido só homens brancos para seu gabinete.
“Esta administração não eleita anunciou rapidamente planos para impor austeridade, aumentar a privatização e instalar um programa social de extrema direita”, disse.
Para o senador, os EUA deveriam defender oficialmente a realização de novas eleições como solução para a crise política brasileira.
“O esforço para remover Rousseff não é um julgamento legal, mas político. Os EUA não podem ficar sentados enquanto as instituições democráticas de um dos nossos aliados mais importantes são debilitadas.”
Desde a votação no Senado que afastou Dilma, em maio, o governo do presidente Barack Obama evitou tomar uma posição oficial a favor da presidente afastada ou de Temer.
Obama, o vice, Joe Biden, e outras autoridades americanas têm adotado tom cauteloso e se pronunciado pela “confiança nas instituições democráticas brasileiras”.
Os contatos só deverão ser retomados oficialmente após a votação final do impeachment no Senado, que deve ocorrer nas próximas semanas.