O senador democrata Bernie Sanders oficializou, nesta terça-feira (12), seu apoio à candidata presidencial de seu partido, Hillary Clinton, dizendo que fará todo o possível para que ela chegue à Casa Branca. O anúncio foi feito faltando duas semanas para convenção democrata.
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Leia a matéria completa“Hillary venceu a primária democrata e a felicito por isso”, declarou Sanders em um comício em Portsmouth, New Hampshire (nordeste), ao lado da ex-primeira-dama ao seu lado.
“Ela será a candidata presidencial democrata e pretendo fazer tudo o que puder para garantir que ela seja a próxima presidente dos Estados Unidos”, acrescentou o septuagenário senador autoproclamado um democrata socialista.
O apoio explícito de Sanders a Hillary encerra o longo e disputado processo das primárias democratas.
“Ela deve ser nossa próxima presidente”, insistiu Sanders, listando uma série de razões pelas quais a ex-secretária de Estado é uma opção melhor que seu rival republicano, Donald Trump, nas eleições presidenciais de novembro.
“Estou aqui hoje para explicar o mais claramente possível o por que do meu apoio a Hillary”, acrescentou, citando o apoio da candidata aos direitos dos homossexuais, seguro universal de saúde e luta contra as mudanças climáticas.
Mais de 12 milhões de americanos votaram em Sanders nas primárias democratas, contra 15,8 milhões para Hillary.
“Ela será uma presidente extraordinária e estou feliz por anunciar que (...) houve uma importante aproximação entre as duas campanhas e produzimos, de longe, a plataforma mais progressista da história do Partido Democrata”, acrescentou.
Negociação
Hillary Clinton venceu as primárias no início de junho, mas levou 35 dias para Sanders, de 74 anos, advogado que defende uma “revolução política” e que atraiu milhões de americanos, para declarar apoio a sua rival.
Ele negociou passo a passo com a equipe da ex-secretário de Estado, para assegurar que o programa do partido, que deverá ser ratificado na convenção democrata na Filadélfia (25 a 28 de julho), seja o mais progressista possível.
Entre os temas caros ao senador, muito mais à esquerda do que Hillary e muito crítico de suas ligações com Wall Street durante a campanha, está a universidade gratuita para todos, um amplo acesso ao seguro saúde, salário mínimo de US$ 15 por hora (contra 7,25 hoje), a reforma do sistema judicial, um compromisso mais forte contra as mudanças climáticas e uma economia que “funcione para todos, não apenas para aqueles no topo”.
Sanders parece ter atingido alguns dos seus objetivos, que ele repetiu nesta terça-feira, dizendo que Hillary os compreendia.
Sua equipe de campanha comemorou o fato de o programa democrata alterado neste fim de semana em Orlando, Flórida (sudeste), agora contém um “salário federal mínimo de US$ 15 ligado à inflação”. Também aplaudiu a nova proposta de Hillary em termos de melhorias no acesso à saúde, e seu plano anunciado na semana passada para que a universidade pública seja gratuita para famílias que ganham menos de US$ 125.000 por ano.
De acordo com o campo de Sanders, que elogiou uma proposta “revolucionária”, isso representa 83% dos estudantes. O programa democrata também prevê a abolição da pena de morte.
Frustração
Muitos partidários do senador Sanders já manifestaram sua disposição em votar em Hillary Clinton, mas outros expressaram frustração.
“Por favor, Bernie, não abandone a luta. Você tem o meu voto, por favor, não estrague tudo, o pensamento de que você apoia Clinton me dá náuseas e me deixa com tanta raiva”, escreveu em sua página no Facebook uma internauta, Barbara Foley.
“Você apoiará o diabo”, escreveu outra, Lisa Acton Lindemann, enquanto muitos expressaram um sentimento de traição.
Mas muitos foram aqueles que ressaltaram que, para evitar a eleição de Trump, votariam em Hillary.
“Os verdadeiros partidários de Bernie vão confiar em seu julgamento de apoiar Clinton, os outros estão delirando, ou sempre apoiaram Trump”, escreveu um eleitor independente, Cia Carterson.
Clinton está liderando as pesquisas frente a Donald Trump com, em média, 4,5 pontos percentuais (45,4% contra 40,9%) de acordo com a Real Clear Politics.
Mas, apesar da campanha por vezes caótica deste rival republicano imprevisível, ela ainda não conseguiu ampliar a diferença.
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