As autoridades chilenas decretaram neste domingo, 26, pela 16ª vez nesse ano, o estado de pré-emergência ambiental em Santiago devido aos altos índices de contaminação do ar que afetam principalmente crianças e idosos.
A iniciativa, aplicada também na última sexta-feira e na quarta-feira, proíbe a circulação de 20% dos veículos motorizados que possuem conversores catalíticos cujas placas terminem nos dígitos 5 e 6 e de 60% dos não catalíticos, cujas placas terminem em 3, 4, 5, 6, 7 e 8.
A ordem da prefeitura metropolitana de Santiago, que inclui os municípios limítrofes de Puente Alto e San Bernardo, começa a valer a partir das 7h30 (mesma hora de Brasília) e sua vigência dura até as 21h.
A restrição dos veículos não catalíticos é considerada intransigente pelos analistas, com base no argumento de que não superam os 45.000 inscritos na capital chilena, todos de mais de 20 anos de antiguidade, enquanto os que possuem esse sistema chegam a 1,6 milhão.
O prefeito de Santiago, Claudio Orrego, reconheceu nesta semana que a restrição de circular a veículos motorizados tem um efeito relativo no combate contra a poluição do ar e garantiu que o mais efetivo é a proibição de usar calefatores à lenha.
Segundo Orrego, na cidade há 100.000 domicílios com esses calefatores, a maioria situados em bairros ricos da área oriental da metrópole.
O estado de pré-emergência ambiental representa também a paralisação de atividades de 1.350 indústrias poluentes, a recomendação de evitar atividades ao ar livre e a proibição de acender calefatores a lenha e outros derivados da madeira.
Com 6,3 milhões de habitantes, Santiago está situada em um vale rodeado de montanhas e é considerada uma das cidades mais poluídas da América Latina.