O candidato da situação, Santiago Peña, foi o vencedor da eleição presidencial do Paraguai, realizada neste domingo (30), e governará o país até 2028. Ele será o sucessor do colega de partido Mario Abdo Benítez.
Com 99,75% das urnas apuradas, Peña somou 42,74% dos votos, contra 27,49% do oposicionista Efraín Alegre, do Partido Liberal Radical Autêntico, segundo colocado na disputa. No Paraguai, não há segundo turno – quem soma mais votos é eleito, mesmo que não atinja mais de 50% da preferência do eleitorado.
Dessa forma, o Partido Colorado, que desde 1948 só deixou de ocupar a presidência paraguaia durante os governos de Fernando Lugo (2008-2012) e Federico Franco (2012-2013), se manterá no poder por mais cinco anos.
No Twitter, Mario Abdo Benítez parabenizou seu sucessor. “Parabéns ao povo paraguaio pela grande participação nesta jornada eleitoral e ao presidente eleito Santiago Peña. Trabalharemos para iniciar uma transição ordenada e transparente que fortaleça nossas instituições e a democracia do país”, escreveu o atual presidente paraguaio.
Peña, economista de 44 anos, integrou o Conselho de Administração do Banco Central do Paraguai e foi ministro da Fazenda entre 2015 e 2017, no governo de Horacio Cartes, padrinho político do jovem candidato.
Entre as propostas do novo presidente paraguaio, estão atrair investimentos e oferecer incentivos a pequenas e médias empresas para criar 500 mil empregos em cinco anos; aumentar em 25% a dotação orçamentária do programa Tekoporã mbarete (destinado a famílias em situação de vulnerabilidade social); triplicar o efetivo da divisão de patrulha ostensiva da Polícia Nacional nas maiores cidades do país; e facilitar o acesso à casa própria para famílias com menos condições.
Nas relações exteriores, Peña prometeu que uma das suas primeiras ações caso eleito será transferir a embaixada do Paraguai em Israel para Jerusalém (como o governo paraguaio fez em 2018, mas voltou atrás poucos meses depois).
“Nosso país reconhece essa cidade como a capital do Estado de Israel”, afirmou Peña, em debate organizado pela Câmara de Comércio Paraguaio-Israelense (Cacopi) em março.
Durante a campanha, Peña sofreu o desgaste da associação a Cartes, alvo de sanções dos Estados Unidos devido a acusações de contrabando de cigarros, lavagem de dinheiro e financiamento a grupos considerados terroristas pela Casa Branca, como o Hezbollah. Mesmo assim, o economista saiu vitorioso das urnas.
“A ligação com Horacio Cartes é inegável. Politicamente, temos trabalhado juntos, fui ministro da Fazenda no seu governo, mas as responsabilidades são pessoais”, afirmou Peña em entrevista à Associated Press.
“Todos nós pedimos que ele se defenda porque estamos convencidos de que essas acusações não têm fundamento”, acrescentou.
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