O pré-candidato presidencial republicano Rick Santorum disse nesta quarta-feira que o uso de anticoncepcionais é um perigo para as mulheres e para a sociedade, e que o sexo fora do casamento é "imoral", causando um grande rebuliço nas redes sociais dos Estados Unidos.
Santorum, que nas enquetes mais recentes aparece em empate técnico com o ex-governador de Massachusetts, Mitt Romney, afirmou que o sexo deve ser algo "especial" e que a procriação é "a maneira perfeita para a união sexual ocorrer".
O sexo fora do casamento "é errado porque dá licença para fazer coisas no âmbito sexual que vão contra a maneira de ser das coisas. Tem que ser dentro de um casamento, para propósitos conjugais... mas também para a procriação", disse Santorum em entrevista concedida em 2011, que agora ressurge na internet.
A entrevista ao site "CaffeinatedThoughts.com", levantou a rejeição de comentaristas como Matt Lewis, do "Daily Caller", que qualificou os comentários de Santorum como "a surpresa de outubro".
Por sua parte, o colunista Michael Scherer, da revista "Time", assinalou que só 8% dos eleitores acham que o uso de anticoncepcionais é "imoral", e questionou o que pretende ganhar Santorum com essas declarações.
Já Connor Friesdorf, da revista "Atlantic", destacou que a entrevista foi "desconcertante" e que, em todo caso, qualquer político que acredita que pode opinar sobre o uso de anticoncepcionais por um adulto não pode alegar que apoia um papel reduzido do Governo.
Apesar de a Igreja Católica se opor ao aborto e ao uso de anticoncepcionais, nem todos os seus membros obedecem a esses princípios.
Uma enquete recente do Instituto Público de Pesquisa sobre a religião assinalou que quase 60% dos católicos nos EUA apoiam que os empregadores forneçam cobertura médica de anticoncepcionais, tal como estipula a reforma sanitária de 2010.
Santorum, católico e pai de sete filhos, quis se projetar como o mais conservador dos quatro pré-candidatos presidenciais republicanos em disputa e, de fato, somou mais votos entre a direita religiosa do país.
O ex-senador da Pensilvânia prometeu que, se for eleito presidente no próximo dia 6 de novembro, proibirá os casamentos entre homossexuais e tentará reverter a sentença do Tribunal Supremo de 1973, que legalizou o aborto nos EUA.
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