O presidente eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos, assume neste sábado (7) com grande apoio popular para manter o combate às guerrilhas, promover o crescimento econômico e lidar com uma disputa diplomática delicada com a vizinha Venezuela.
Santos, ex-ministro da Defesa e das Finanças bem quisto por Wall Street, toma posse em um país muito mais seguro após os oito anos da campanha liderada pelo agora ex-mandatário Álvaro Uribe, com apoio dos EUA, contra a insurgência rebelde mais antiga da América Latina.
Economista com experiência nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha, Santos prometeu manter a pressão sobre as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e continuar atraindo negócios, já que o investimento estrangeiro cresceu cinco vezes desde 2002 à medida que o conflito com o narcotráfico minguava.
Santos tem uma boa maioria no Congresso, mas terá que lidar com o alto desemprego e fazer avançar reformas para reduzir os déficits que impedem que a Colômbia recupere o status de crédito de grau de investimento que perdeu na crise dos anos 1990.
"O país está no caminho certo em muitas áreas, mas ainda tem sérios problemas, que vamos encarar", disse Santos aos repórteres. "Meu governo está aqui para resolver problemas e olhar para o futuro."
Outrora vista como um estado falido e mergulhado na violência do narcotráfico, a Colômbia ressurgiu com Uribe desde seu primeiro mandato em 2002. Os investimentos em petróleo e mineração dispararam à medida que os rebeldes das Farc eram derrotados e as tropas retomavam partes do território antes nas mãos da guerrilha.
Entre os maiores desafios de Santos estará administrar as relações com seus vizinhos, especialmente a Venezuela, cujo presidente Hugo Chávez cortou os laços diplomáticos e de comércio em um confronto que desperta temores sobre a estabilidade regional.
A economia colombiana está se regenerando, como um crescimento previsto de mais de 3,5 por cento este ano. Mas sua taxa de desemprego está entre as mais altas da região, seu peso está aumento por conta do boom das commodities e Wall Street exige que Santos trate do insistente déficit fiscal.
Como ministro da Defesa de Uribe, Juan Manuel Santos foi o arquiteto de alguns dos golpes mais duros contra as Farc e reconhece sua dívida com seu ex-chefe. Mas também procurou se distanciar ele, dizendo que irá governar com estilo próprio e até ensaiando uma distensão com Chávez em declarações recentes.
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