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Santos e Chávez se encontram amanhã e podem reatar relações

Os chanceleres da Colômbia, Maria Angela Holguin e da Venezuela, Nicolas Maduro: encontro bem-sucedido | Rodrigo Arangua/AFP
Os chanceleres da Colômbia, Maria Angela Holguin e da Venezuela, Nicolas Maduro: encontro bem-sucedido (Foto: Rodrigo Arangua/AFP)

Apenas três dias depois de ser empossado presidente da Colôm­­bia, Juan Manuel Santos recebe amanhã em seu país o colega ve­­nezuelano Hugo Chávez, no primeiro encontro direto para tentar refazer as relações bilaterais.

O anúncio foi feito ontem na chancelaria colombiana, após quase três horas de reunião entre os ministros das Relações Exterio­­res dos dois países e o secretário-geral da União de Nações Sul-Ame­­ricanas (Unasul), Néstor Kirchner.

Foi uma declaração rápida, e não se aceitaram perguntas de jornalistas. A ministra colombiana, María Angela Holguín, mencionou um diálogo "franco e direto", como propôs Santos no discurso de posse no sábado.

O chanceler venezuelano, Ni­­colás Maduro, disse que os presidentes receberão informes para que a reunião seja proveitosa. O encontro está marcado para o meio-dia, mas o local não foi in­­formado.

Farc

Enquanto os chanceleres discutiam em Bogotá, Chávez, em seu programa dominical de tevê, voltou a pedir que as Forças Arma­­das Revolucionárias da Colômbia (Farc) deixem as armas e abandonem a prática do sequestro.

No sábado, no discurso de posse, o presidente Santos enviou mensagem à guerrilha dizendo que não está fechado ao diálogo, mas insistiu que as condições para tal são as duas citadas pelo venezuelano, e ainda o fim da ligação do grupo com o narcotráfico.

A rápida articulação diplomática entre o novo governo colombiano e Caracas era esperada, dado o silêncio de Santos, ainda presidente eleito, diante das de­­núncias que o governo Álvaro Uribe levou à Organização dos Estados Ame­­ricanos (OEA) de que a Venezuela tolera a presença de chefes das Farc em seu território. Por conta delas, Chávez rompeu as relações diplomáticas com o país em julho.

Chávez também exaltou a boa vontade para discutir. No sábado, disse que estava disposto "a virar a página e olhar para o futuro".

Mas analistas são cautelosos quanto à solução rápida da crise. Em primeiro lugar porque, mesmo com Uribe, houve momentos de reaproximação e troca de elogios entre os mandatários dos países, e as diferenças sobre como abordar a questão da guerrilha persistem.

Há ainda outro fator: as relações bilaterais voltaram a se estremecer há um ano, não por conta das Farc, mas pela rejeição de Chávez ao acordo militar negociado pelo próprio Santos para que militares americanos usem bases na Colômbia.

EUA

Já o relacionamento de Chávez continua estremecido com os EUA. Ontem, ele anunciou que não aceitará como embaixador americano no país o nomeado pe­­lo governo Barack Obama, Larry Palmer.

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