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Colômbia

Santos faz jogada de risco com as Farc

Corpos de guerrilheiros mortos pelo Exército colombiano são expostos na base militar de Villavicencio, em março de 2012 | John Vizcaino/Reuters
Corpos de guerrilheiros mortos pelo Exército colombiano são expostos na base militar de Villavicencio, em março de 2012 (Foto: John Vizcaino/Reuters)

Ao apostar seu capital político num diálogo com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), o presidente Juan Manuel Santos entra num terreno perigoso, considerando suas pretensões – ainda não reveladas oficialmente – de disputar a reeleição em maio de 2014.

"A maior parte da população sempre foi favorável ao diálogo para a solução do conflito, mas há uma enorme desconfiança das Farc. A população é cética, acredita pouco que possa funcionar", diz Rodrigo Pardo, jornalista e ex-chanceler no governo Ernesto Samper (1994-1998).

Para Pardo, a correlação­­ de forças entre governo e guerrilha desde a última tentativa de conversa com as Farc mudou muito, com vantagem para o governo. "Há um Exército muito mais numeroso e forte, com apoio e tecnologia dos EUA e uma guerrilha encurralada geograficamente."

Ainda assim, ele vê riscos: "O risco maior é repetir erros do passado e deixar que o processo se prolongue muito no tempo e contamine o debate eleitoral de 2014", diz.

O presidente Juan Manuel Santos elencou ontem os êxitos militares de seu governo num esforço para blindar o processo das críticas sobre a piora das condições de segurança no país. "É muito mais do que tinha sido feito no passado", afirmou, contabilizando 18 chefes das Farc mortos desde 2010.

Segurança

A queda na avaliação de segurança foi um dos fatores da baixa na popularidade do mandatário colombiano, cujo primeiro sinal de alerta veio no final de junho. Santos obteve, segundo o Gallup, sua pior aprovação: 48%, ante 64% abril. Na segurança, a desaprovação cresceu de 51% para 69% no mesmo período.

Santos não revelou mais detalhes sobre as conversas com a guerrilha, que, segundo ele, não paralisarão os combates das Forças Armadas pelo país nem envolverão desmilitarização de território – dois aspectos criticados no processo fracassado de 1998.

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