O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, pediu hoje (8) que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) "acelerem o ritmo" das negociações de paz com seu governo em Havana, Cuba, e que apresente resultados antes do dia 18 de novembro, quando as processo de paz completará um ano.
"Espero que daqui até lá [18 de novembro], possamos obter novos resultados e mostrar que estamos avançando para o bem do processo", disse em um evento direcionado às vítimas do conflito armado, em San Carlos, departamento de Antioquia.
Durante o ato de entrega de 500 cartas de indenização às vítimas do conflito na cidade, Santos também informou que avisará o país sobre sua intenção de candidatar-se à reeleição, apesar da incerteza quanto ao avanço dos diálogos pelo fim do conflito. No dia 25 de novembro termina o prazo legal para que ele anuncie se pretende disputar um segundo mandato.
O presidente disse que tem intenção de se candidatar novamente, mas com o cenário indefinido do processo de paz e apoio dos partidos quanto à continuidade da negociação, poderia recuar. Ele acredita que as Farc precisam avançar nas negociações com o governo para que as pessoas não cheguem ao "ceticismo" no processo. "Minha vontade é que aceleremos, porque as pessoas estão começando a desacreditar na negociação e me perguntam por que não chegaram a mais acordos", disse.
Hoje as Farc declararam ter avançado no diálogo do segundo item da pauta, a participação política, mas disseram que ainda não há acordo sobre o tema, em discussão desde junho. Além das declarações públicas, Santos também articula-se entre os partidos que o apoiam no governo. Ele está fazendo consultas para verificar se teria apoio da base política em três cenários, caso a negociação não avance.
As opções que o presidente está discutindo com a base aliada seriam: continuar os diálogos durante o processo eleitoral; interromper definitivamente a negociação ou congelar os diálogos durante as eleições.
Hoje em um café da manhã com representantes do partido de la U, Santos conseguiu apoio para que o processo continue. O ex-partido de seu antecessor Álvaro Uribe quer que o processo continue, mas também pediu o compromisso de acelerar os diálogos.
Após romper relações políticas com Santos, Uribe anunciou a saída do partido de la U e criou um novo movimento de direita no país, o Centro Democrático. O ex-presidente inscreveu formalmente a legenda na Justiça Eleitoral colombiana e declarou sua intenção de candidatar-se ao Senado.