Depois de um fim de semana de negociações de seus chanceleres, o novo presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, e o presidente venezuelano, Hugo Chávez, agendaram para hoje um encontro no histórico balneário de Santa Marta, no Caribe colombiano. Além de tratar do reatamento das relações entre os dois países, suspensas desde 22 de julho, a reunião servirá para que o presidente Santos defina sua estratégia contra a guerrilha.
Além da questão da segurança e da cooperação da Venezuela para tentar evitar que Chávez dê guarida às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Santos vai tratar do comércio entre os dois países. O local da reunião e a presença do secretário-geral da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), Néstor Kirchner, foram decididos de modo que o encontro tenha um forte simbolismo político.
Não fazer a reunião em Bogotá, capital da Colômbia, e sim na Quinta de San Pedro Alexandrino, em Santa Marta, onde morreu Simón Bolívar, tem importância para ambos. Não há uma afronta direta ao ex-presidente Álvaro Uribe, já que Chávez chegaria a Bogotá como se tivesse tomado conta do país. Se a reunião fosse em Caracas, haveria uma forte reação da opinião pública colombiana.
A presença de Kirchner no encontro, embora não estivesse prevista, foi defendida pelo Brasil. A justificativa é que esse gesto fortalece a Unasul e coloca o assunto na alçada do continente sul-americano, sem necessidade de interferência de órgãos com a participação dos Estados Unidos nem da Organização dos Estados Americanos (OEA).