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Bagdá (AE/AP/Folhapress) – Um grupo de homens armados lançou ontem dois foguetes contra um santuário xiita ao sul de Bagdá, sem deixar vítimas ou causar danos. A tumba de Salman Pak — também conhecido como Salman Al Farisi— foi atingida por dois foguetes, informou Jamal al Saghir, assessor do líder político xiita Abdul Aziz al Hakim. O santuário fica localizado na vila de Salman Pak, 30 quilômetros ao sudeste de Bagdá.

O ataque ocorre dois dias depois que a Mesquita Dourada, templo xiita de Samarra, no norte do Iraque, teve a cúpula danificada após uma explosão. Em represália, dezenas de mesquitas sunitas foram atacadas em seguida em todo o Iraque. O lugar é considerado um dos quatro templos mais importantes para os xiitas.

Al Farisi – conhecido como Salman, o Puro – foi um persa convertido para o Islã que viveu no século 7. Um dos foguetes atingiu o portão de entrada da tumba, enquanto o outro explodiu a poucos metros do local, segundo Al Saghir.

Um toque de recolher imposto a Bagdá, associado a um chamado de calma feito por clérigos aos muçulmanos em várias partes do Iraque, provocou ontem certa calmaria na onda de violência de caráter religioso que deixou cerca de 200 mortos em três dias.

De acordo com a polícia, 20 pessoas foram mortas nas cercanias de Bagdá na madrugada de ontem, uma queda significativa se esse número for confrontado com os 180 mortos registrados entre quarta e quinta-feira, na onda de violência e medo que não se via na região desde o início da ocupação do país pelos Estados Unidos, em 2003.

Em um comunicado, Abdul Aziz al Hakim, líder do Supremo Conselho para a Revolução Islâmica no Iraque, afirmou que quem promoveu o ataque contra a mesquita em Samarra na quarta-feira "não representa os sunitas no Iraque". Al Hakim acusou os partidários do ex-ditador Saddam Hussein e os seguidores do líder da Al Qaeda no Iraque, Musab al Zarqawi. "Nós temos que nos unir para eliminá-los", afirmou.

O presidente norte-americano, George W. Bush, afirmou ontem que o Iraque enfrenta um "momento decisivo" e pediu que os iraquianos continuem "no caminho da democracia".

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