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Saques a supermercados na Venezuela deixam um morto

População invade supermercado na Venezuela: 60 foram presos | Wilmer Gonzalez  / Reuters
População invade supermercado na Venezuela: 60 foram presos (Foto: Wilmer Gonzalez / Reuters)

Uma pessoa morreu e dezenas foram detidas ontem na Venezuela após saques a supermercados em Ciudad Guayana, no estado de Bolívar, no sudeste do país. Consumidores que procuravam bens básicos, escassos no país, como leite e arroz, invadiram um supermercado pela manhã, dando início à onda de saques.

A ação fez com que o comércio na região fechasse as portas, segundo o jornal local “Correo del Caroni”. O governador de Bolívar, Francisco Rangel, do partido governista PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), afirmou que os saques tiveram motivação política.

“Um grupo de motociclistas armados chegou e disse que estava indo saquear determinados estabelecimentos”, relatou Rangel à emissora de TV Globovisión. “Tenho certeza que não foi uma ação espontânea, mas sim um movimento planejado, com uma motivação política”.

Gustavo Patinez, de 21 anos, morreu após ser baleado no peito, segundo o “Correo del Caroni”. O jornal relatou que ao menos 60 pessoas foram detidas durante os saques. As lojas da região fecharam suas portas ou tiveram de ficar sob proteção da Guarda Nacional e da polícia para poderem continuar funcionando.

Os baixos preços do petróleo — a Venezuela é uma grande produtora e faz parte da Organização dos países Produtores de Petróleo (Opep) — e um conjunto cada vez mais disfuncional de controle cambial e de preços têm levado à escassez de bens essenciais no país.

O presidente Nicolás Maduro tem acusado líderes da oposição e empresas privadas, dizendo que eles estão travando uma “guerra econômica” contra seu governo, aumentando preços e escondendo produtos para causar insatisfação na população. Os críticos do modelo chavista dizem que os problemas decorrem do sistema econômico falido que é gerido pelo Estado.

Na quinta-feira, a crise levou o governo a ocupar militarmente um armazém da maior fabricante e distribuidora de cervejas do país, a Polar, em uma área industrial a oeste de Caracas. A Polar fabrica desde cerveja até a farinha de milho usada nas arepas, prato típico nacional venezuelano.

Também foram ocupadas instalações da Pepsi (sócia da Polar no país), da Coca-Cola e da Nestlé. Segundo o jornal venezuelano “Ultimas Noticias”, uma juíza chegou ao complexo na noite de quarta, acompanhada por militares e policiais, e apresentou ordem do Executivo para as empresas desocuparem a área em 60 dias. O objetivo seria construir casas populares.

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