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Os saques se tornaram violentos ontem na devastada Porto Príncipe, quando uma multidão formada por cerca de mil pessoas brigou por mercadorias em uma rua comercial no Centro da cidade. Homens com pedras, facas e martelos disputavam camisetas, sacolas, brinquedos e quaisquer outros itens que pudessem pegar em casas e lojas destruídas, informou o fotógrafo da Reuters Carlos Barria. A polícia não era mais vista em parte alguma.

Fontes do governo haitiano disseram que 6 mil presos fugiram das penitenciárias do país, que ficaram parcialmente destruídas e sem vigilância após o terremoto. A insegurança é uma das grandes preocupações das equipes de ajuda humanitária internacional e dos habitantes de Porto Príncipe, que são vítimas de roubos e saques – muitos dos quais, contudo, são realizados por cidadãos desesperados por água e comida. Na sexta-feira, vítimas do terremoto foram abandonadas por médicos e enfermeiras belgas em um hospital improvisado. O único que permaneceu foi o médico correspondente-chefe da emissora americana CNN, Sanjay Gupta. Ele cuidou das necessidades dos 25 pacientes, mas sem suprimentos não havia muito o que fazer, e pacientes continuavam a chegar. "O que é impressionante para mim como médico é que pacientes que recém tinham passado por cirurgia, pacientes que estão em estado grave, estão sendo deixados sozinhos, sem ninguém para se importar com eles", disse Gupta.

Quadrilhas de ladrões também atacavam sobreviventes que vivem em acampamentos improvisados nas calçadas e ruas repletas de escombros e corpos espalhados em decomposição.

O presidente René Préval, e o primeiro-ministro, Jean-Max Bellerive, estão morando e coordenando a resposta do governo na sede da polícia judiciária, que fica perto do aeroporto. "As pessoas nos locais de refugiados, que não encontram comida e assistência, estão ficando irritadas e chateadas. A nossa mensagem para todos é manter a calma", disse Aramick Louis, secretário de Estado para a segurança pública.

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