O sargento da polícia Luis Alberto Erazo, refém das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) durante 12 anos que no sábado escapou com vida do confronto entre a guerrilha e as forças militares, chegou ontem a Bogotá para se reunir com sua família. Erazo, 40 anos, chegou ao aeroporto militar de Bogotá em uma pequena aeronave e imediatamente embarcou em uma ambulância que o levou ao hospital da polícia, onde aguardavam sua companheira Elvira e sua filha Gisela, de 16 anos.
O militar sofreu ferimentos no rosto por granadas lançadas por guerrilheiros, quando, no início dos combates de sábado, escapou de seus captores e entrou na floresta do município de Solano, no departamento de Caquetá, no sul do país.
Após os combates, os militares encontraram os corpos de outros quatro reféns das Farc, três policiais e um militar, assassinados por seus captores, de acordo com o ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón.
Os corpos dos três policiais e do sargento do Exército José Libio Martínez, que com quase 14 anos de cativeiro era o refém mais antigo da Colômbia, também seriam levados ontem a Bogotá para a necropsia. A expectativa é que entre hoje e amanhã os corpos sejam entregues a suas famílias.
A operação representa um revés para o governo em seu combate à guerrilha, depois de três anos de enfraquecimento paulatino das Farc. Em 2008, a refém mais "valiosa" politicamente, a então candidata à Presidência Ingrid Betancourt foi resgatada em uma operação cinematográfica. Alguns prisioneiros também foram libertados por intermédio do líder venezuelano Hugo Chávez.
Cativeiro
As Farc ainda mantêm em seu poder ao menos 13 policiais e militares, os quais planejam trocar por guerrilheiros presos. Alguns deles estão há mais de dez anos em cativeiro.
Guerrilha comunista mais antiga da América Latina, as Farc têm 47 anos de luta armada, e contam com até 9 mil combatentes, segundo dados do Ministério da Defesa.
Em 4 de novembro, seu líder máximo, Alfonso Cano, 63 anos, foi morto em uma operação do Exército no sudoeste da Colômbia. Para substituí-lo, as Farc nomearam Timoleón Jiménez, apelidado de Timochenko, líder da ala militar da guerrilha.
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