• Carregando...

Dizendo que "o silêncio mata", o presidente da França, Nicolas Sarkozy, pediu na segunda-feira aos participantes de uma reunião sobre a crise humanitária em Darfur que encontrem uma forma de conter a violência naquela região do oeste do Sudão.

A convite da França, mais de 12 países participam da reunião em Paris. O governo sudanês não compareceu. Neste mês, Cartum aceitou uma força mista da ONU e da União Africana com 20 mil soldados e policiais para patrulhar a região, mas diplomatas duvidam que o Sudão mantenha sua palavra.

Especialistas dizem que mais de 200 mil pessoas já morreram e 2,5 milhões foram expulsas das suas casas em mais de quatro anos de guerra civil. O Sudão disse ter havido 9.000 mortes.

"Como seres humanos, e como políticos, precisamos resolver a crise em Darfur", disse Sarkozy na reunião na sede da presidência francesa. "O silêncio mata. Queremos mobilizar a comunidade internacional para dizer 'já basta'."

Sarkozy defendeu uma solução política com empenho da comunidade internacional, algo que os EUA consideram vital para ajudar a eventual força de paz na região.

O presidente afirmou ainda que a atual força da União Africana, que tem 7.000 homens e é considerada ineficaz, deve receber mais verbas. Sarkozy afirmou que a França está disposta a ceder 10 milhões de euros (13,46 milhões de dólares).

A França demonstra grande interesse na questão de Darfur desde que Sarkozy tomou posse e propôs o envio de uma força internacional ao vizinho Chade para estabilizar os campos de refugiados onde estão dezenas de milhares de pessoas que fugiram de Darfur.

A ajuda financeira francesa a Darfur continua baixa em comparação à de outras potências européias. Em 2006, Paris deu 3,9 milhões de euros, cifra que neste mês ficou em 2,5 milhões, segundo dados da ONU.

O problema de Darfur remonta a 2003, quando rebeldes não-árabes pegaram em armas acusando o governo de negligenciar a remota e árida região. Cartum reagiu mobilizando a milícia árabe para esmagar a revolta. Alguns milicianos, conhecidos como Janjaweed, iniciaram uma campanha de assassinatos, saques e estupros. O Sudão nega ter dado apoio aos Janjaweed, que chama de foras-da-lei.

Os rebeldes de Darfur se dividiram em mais de uma dúzia de grupos desde um acordo de paz do ano passado, firmado por apenas uma das três facções. Nos últimos meses, há confrontos entre os rebeldes e ataques a civis.

No domingo, a secretária norte-americana de Estado, Condoleezza Rice, disse que a comunidade internacional fracassou em sua responsabilidade de conter um processo que os EUA chamam de genocídio.

A ONU e a União Européia esperam que todas as facções envolvidas na disputa estejam prontas para começar a negociar por volta de agosto.Assine O Globo e receba todo o conteúdo do jornal na sua casa

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]