O presidente da França, Nicolas Sarkozy, que também está à frente da presidência rotativa da União Européia (UE), convocou ontem uma reunião com os chefes de Estado do bloco, no próximo dia 1º de setembro, para tratar sobre a crise na Geórgia. Segundo o Palácio do Eliseu, a cúpula vai discutir o futuro das relações entre UE e Rússia, assim como uma política de ajuda à Geórgia.
O presidente francês foi o autor do plano de paz para o conflito entre Geórgia e Rússia, cujo estopim foi a província separatista da Ossétia do Sul. O plano determinava que as forças russas saíssem da região, mas Moscou tem ignorado as exigências do Ocidente para retirar o restante de suas tropas do território georgiano. No sábado, a Rússia anunciou que continuará controlando a cidade portuária de Poti, principal porto comercial do país, na beira do Mar Negro.
O conflito entre Rússia e Geórgia estourou entre os dias 7 e 8 de agosto, quando Tbilisi, capital da Geórgia, tentou retomar a região separatista da Ossétia do Sul, levando a uma contra-ofensiva russa que adentrou o território georgiano. Centenas de pessoas morreram e dezenas de milhares ficaram desalojadas.
O mal-estar diplomático provocado pela recusa da Rússia em retirar suas tropas da Geórgia pode também ameaçar a posição do país no grupo das oito nações mais ricas do mundo, o G8, e sua entrada na Organização Mundial do Comércio (OMC). A afirmação foi feita por Carlos Gutierrez, secretário de Comércio dos Estados Unidos, durante entrevista à revista alemã Der Spiegel.
O representante americano afirmou que a Rússia está "se colocando em uma situação extremamente difícil". "Até agora, os Estados Unidos têm advogado em favor da integração da Rússia na comunidade internacional. Nós admitimos a Rússia no G8 e saudamos seu desejo de participar da OMC. Tudo isso está agora em perigo", declarou Gutierrez.
Questionado se a Rússia deveria ser excluída do G8 e barrada na OMC, Gutierrez respondeu: "nessa situação de crise, não podemos começar a remover opções da mesa ou conduzir negociações com nós mesmos. O governo russo precisa refletir sobre si e seus interesses".
Trem explode e agrava crise
A explosão de um trem ontem, na principal ferrovia da Geórgia, pode agravar o conflito entre o país e a Rússia. A locomotiva, que estava carregada de combustível, explodiu perto da cidade de Gori, região ocupada até sexta-feira pelo exército russo, após aparentemente ter atingido uma mina terrestre instalada pelos russos. Shota Utiashvili, porta-voz do Ministério do Interior da Geórgia, culpou a Rússia pela incidente.
O governo da Geórgia está avaliando o tamanho do prejuízo pela explosão do trem, que poderia interromper a importante rota comercial de exportação de petróleo do Azerbaijão para mercados europeus.
Emissoras de TV locais informaram que casas próximas da estrada de ferro sofreram danos com o impacto da explosão e que outros vagões, além dos atingidos pela explosão da mina, também acabaram incendiados.
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