Nicolas Sarkozy está correndo contra o tempo e contra as evidências para conseguir a reeleição presidencial no próximo domingo. Novas pesquisas mostram uma redução da vantagem de François Hollande, que agora está cinco pontos a frente do atual presidente.
A campanha eleitoral se encerra oficialmente à meia-noite desta sexta-feira na França e uma nova pesquisa de opinião deve ser então publicada. Para as últimas horas de propaganda, Sarkozy programou uma agenda apertada, com entrevista a uma rádio e eventos pelo país. Já Hollande marcou discursos e um comício final.
"Acho que nenhum francês tem vontade de que a França se encontre na mesma situação que a da Espanha hoje, depois de sete anos de um governo socialista. Olhem para a Espanha, vocês querem essa situação? A questão não é meter medo, a questão é olhar o outro lado da nossa fronteira. A Espanha abandonou sua disciplina, fez as reformas que tinha que fazer, a Espanha contratou funcionários. Quem paga isso? Os 375 mil desempregados que surgiram nos últimos dois meses", atacou Sarkozy em entrevista à rádio Europe 1, em que também afirmou que, se for reeleito, vai formar um novo governo em 48 horas.
De acordo com as pesquisas, ainda há 15% de indecisos, sobretudo entre os eleitores de Marine Le Pen e de François Bayrou. Pascal Perrineau, diretor do centro de investigações políticas da Sciences Po, disse em entrevista à France Info que "as linhas ainda podem mudar e não cabe descartar alguns elementos surpresa".
Entretanto, o cenário está longe de ser o ideal para Sarkozy. Marine, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno, declarou que votará em branco. Já Bayrou anunciou voto em Hollande. Se Sarkozy conseguir reverter esse quadro, conquistará uma virada eleitoral histórica.
Uma pesquisa publicada pela jornal francês "Le Monde" estima que 54% dos eleitores de Le Pen votarão em Sarkozy e 15% em Hollande. Os votos do centrista Bayrou devem se espalhar com 38% para Sarkozy, 30% para Hollande e 32% em abstenção. Já 76% dos partidários de Jean-Luc Mélenchon se juntarão ao socialista, enquanto apenas 6% se voltarão para o atual presidente.
Em mais um sinal de descrença na mudança do quadro eleitoral, Sarkozy prometeu que abandonará a política se perder no domingo. Contudo, um de seus assessores mais próximos indicou que, a nível privado, ele está deixando a porta aberta para reavivar a carreira política na oposição.
"Se for derrotado mas obter 48% ou 48,5% (de apoio), em um momento em que os governos de todas as partes caiem por causa da crise econômica, isso não seria uma desgraça. Veremos o que vai decidir fazer", afirmou Alain Minc, amigo de longa data e assessor de Sarkozy.
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