O presidente da França, Nicolas Sarkozy, prometeu deixar a política se não conseguir se reeleger no próximo domingo (6), mas um importante assessor sugeriu que ele está reservadamente deixando a porta entreaberta para retomar sua carreira na oposição. Todas as pesquisas para o segundo turno da eleição presidencial indicam o favoritismo do rival socialista de Sarkozy, François Hollande. O presidente conservador foi abandonado por líderes de centro e extrema direita, e não conseguiu impor uma derrota clara a Hollande no debate televisivo de quarta-feira (2). Nos últimos dias, no entanto, a vantagem de Hollande nas pesquisas, que era de 10 pontos percentuais após o primeiro turno de 22 de abril, caiu para cinco ou seis pontos nas últimas pesquisas. "Se ele for derrotado, mas emplacar até 48 a 48,5 por cento, com governos em todo lugar sendo derrotados pela crise econômica, não seria uma desgraça. Vamos ver o que ele decide fazer", disse Alain Minc, amigo de longa data e conselheiro que conversa quase diariamente com o presidente. "A primeira questão para a direita é: Sarkozy vai sair? Se ele for batido apenas por uma pequena margem, ele continua sendo uma força muito crível. Vai continuar na política ou não?" Muitos analistas acreditam que o UMP, partido de Sarkozy e força dominante na política francesa há uma década, pode rachar sob a pressão de disputas internas relativas à conveniência de se aproximar ou não dos eleitores da Frente Nacional, de extrema direita.
Crise Afetado pela crise econômica e pela rejeição popular ao seu estilo pessoal, Sarkozy diz que deixará a vida pública se não conseguir o segundo mandato. "Já disse que, se as pessoas votarem de outro jeito, então terá acabado", disse ele à rádio Europe 1. Mas, para Minc, uma derrota dos gaulistas, que governam a França há 17 anos, pode motivar tamanha reviravolta na direita que tudo seria possível. Ele sugeriu uma possível disputa de poder entre Sarkozy e Jean-François Cope, 47 anos, ex-ministro do Orçamento e atual dirigente do UMP. "O que acontece com a direita vai depender do que Sarkozy faz. Ele vai abandonar a política ou não? Você acha que, se ele quiser assumir o UMP, Cope vai resistir?", disse Minc. "A segunda questão é: a direita será capaz de limitar o dano nas eleições legislativas? Se ela puder limitar o dano e voltar com 250 deputados em vez de 320, ela não vai implodir. Se ela acabar com apenas 120 deputados, seria dramático." O Partido Socialista vem registrando vitórias sobre o UMP em eleições regionais, municipais e europeias desde 2004. Em 2011, os gaulistas perderam o controle do Senado pela primeira vez em meio século, e alguns senadores centristas romperam com o UMP para formar seu próprio partido. Mesmo que contradiga as pesquisas e vença o segundo turno, no domingo, Sarkozy dificilmente conseguirá manter na eleição de junho a atual bancada de 339 parlamentares (num total de 577). Se ele realmente for derrotado na eleição presidencial, a redução da bancada conservadora pode ser ainda maior.
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