O presidente francês, Nicolas Sarkozy, descartou a possibilidade de fazer qualquer acordo com o partido da extrema-direita Frente Nacional, de Marine Le Pen, para dar-lhe empregos em gabinetes ou ajudá-lo a ganhar assentos no Parlamento. Marine Le Pen teve o apoio de quase um quinto dos eleitores no primeiro turno da eleição presidencial.
Uma pesquisa de opinião mostrou que dois terços dos apoiadores de Sarkozy querem que ele rompa com a política passada e faça uma aliança com a Frente, depois de Marine Le Pen ter alcançado 17,9% dos votos no domingo, o que fez com que os seus 6,4 milhões de eleitores se tornassem essenciais para o decisivo segundo turno, em de 6 de maio.
Tanto Sarkozy como o socialista François Hollande, que derrotou o conservador por 28,6% contra 27,2% na primeira rodada e lidera as pesquisas de opinião para o segundo turno, estão se esforçando para responder ao voto de protesto sem irritar os eleitores tradicionais.
Sarkozy disse nesta quarta-feira que ouvir os eleitores de Marine Le Pen não significa que ele poderia incorporar ministros da extrema-direita em um governo conservador.
"Não haverá pacto com a Frente Nacional", disse ele à rádio France Info, afirmando que havia muitas questões em que os dois lados discordavam para ele se imaginar dando postos ministeriais ao partido.
"Não haverá ministros da Frente Nacional, mas recuso-me a demonizar os homens e mulheres que, ao votarem para Marine Le Pen registraram um voto de crise, um voto de raiva, um voto de sofrimento e de desespero. Eu tenho que ouvir as suas mensagens e levá-los em conta. "
Hollande disse à TV France 2 que não iria fazer concessões para a extrema direita, mas que queria mostrar que tinha entendido o medo e raiva dos eleitores sobre o fechamento de fábricas.
"Eu ouço a raiva. Eu vejo os trabalhadores que estão se perguntando sobre o futuro de seus empregos, que estão lutando contra a terceirização, que não aceitam os planos de demissões, que expressam a sua raiva através do voto para Marine Le Pen ", disse Hollande.