O presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse nesta quinta-feira que lutará com todas as forças para se reeleger neste ano, mas que abandonará a política se for derrotado nas eleições de abril e maio.
A seis semanas do primeiro turno, as pesquisas mostram Sarkozy atrás do socialista François Hollande. Mas o presidente conservador disse que a falta de experiência do seu rival em cargos ministeriais ou internacionais seria um problema numa época de crise econômica.
"Eu me preocupo quando olho o programa do candidato socialista ... e me preocupo com sua escassez de experiência num período tão conturbado. Mas se o povo francês não botar fé em mim vocês realmente acham que eu continuaria na política? A resposta é não", disse Sarkozy à rádio RMC.
Na última pesquisa do instituto CSA, Hollande passou de 28 para 30% de intenções de voto, e Sarkozy foi de 27 para 28. Na simulação para o segundo turno, Hollande vence por 56%, contra 44 por cento do presidente francês.
"Vou lutar com toda a minha força para ganhar a confiança de vocês, para protegê-los e liderá-los e construir uma França forte, mas se essa não for sua escolha, cederei, é assim que é, e terei tido uma grande vida na política", afirmou.
Sarkozy disse na terça-feira, em um debate televisionado de três horas, que não está desanimado com as pesquisas e que uma das suas características é nunca desistir.
Mas a imprensa francesa tem noticiado que sua equipe de campanha já começa a duvidar da eficácia dos esforços dele para reverter a antipatia generalizada contra seu estilo pessoal e a irritação popular com três anos de dificuldades econômicas no país.
A porta-voz da campanha, Nathalie Kosciusko-Morizet, muito criticada depois de ser incapaz de dizer num programa de rádio quanto custa uma passagem do metrô de Paris, lamentou nesta semana que a disputa tenha enveredado por polêmicas inúteis.
O porta-voz presidencial Frank Louvrier disse ao jornal Les Echos que, se a campanha de Sarkozy não mantiver foco total no debate de ideias, vai "certamente perder".