Nicolas Sarkozy e François Hollande fazem na quarta-feira (2) o último debate televisivo da campanha presidencial francesa, o que pode significar para o presidente conservador sua última chance de evitar a derrota perante o desafiante socialista no segundo turno de domingo que vem.

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O debate culmina vários meses de ataques mútuos, nos quais Sarkozy chama o socialista de incompetente e mentiroso, e Hollande acusa o rival de ser um "presidente fracassado".

As pesquisas indicam ampla vantagem de Hollande, e Sarkozy deve apostar todas as suas fichas no duelo verbal de duas horas e meia contra o candidato da oposição, que, apesar do seu jeito insosso, é um hábil debatedor.

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"Não é uma disputa de palavras, é uma hora da verdade", disse Sarkozy nesta semana a jornalistas. Um assessor deixou escapar à Reuters que o presidente vai passar a maior parte da quarta-feira em casa, preparando-se para o debate.

"Sarkozy precisa trazer 1,5 milhão de pessoas para o seu lado. Não será fácil, mas não significa que seja impossível", disse Bernard Sananes, diretor do instituto de pesquisas CSA, à BFM TV.

Mais impopular presidente a disputar uma reeleição na França, e o primeiro na história moderna a não ter liderado no primeiro turno, Sarkozy é visto por muitos como responsável pelos problemas econômicos da França, e seu estilo pessoal desagrada a grande parte do eleitorado.

Depois do segundo turno, ele tem feito propostas -especialmente de controle imigratório- que buscam atrair o eleitorado que no primeiro turno deu quase 18 por cento dos votos à ultraidireitista Marine le Pen.

Na terça-feira, Le Pen liberou seus 6 milhões de eleitores para votarem como preferirem, no que representou mais um golpe para as esperanças de Sarkozy, que esperava uma declaração de apoio dela.

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Apesar disso, uma nova rodada da pesquisa diária do instituto Ifop mostrou que a vantagem de Hollande, que era de 10 pontos percentuais no dia seguinte ao primeiro turno, em 22 de abril, caiu para 7 pontos.

A reta final da disputa tem sido marcada por baixarias eleitorais, e Sarkozy abriu um processo contra um site que publicou que o deposto governo líbio de Muammar Gaddafi teria tentado financiar a campanha eleitoral de Sarkozy em 2007.

Sarkozy, conhecido pela fama de briguento, deve insistir na tecla de que Hollande não tem experiência nem credibilidade econômica. Ele vem tentando retratar o rival como um covarde por ter rejeitado a realização de dois debates adicionais.