O ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, acusado por "corrupção ativa", declarou neste domingo (21) que não voltaria à cena política se tivesse medo das investigações judiciais em que está envolvido.
"Vocês acreditam que se eu tivesse algum arrependimento, se tivesse medo, eu voltaria?", perguntou retoricamente Sarkozy em entrevista concedida à emissora pública "France 2", dois dias após anunciar seu retorno à cena pública.
O ex-chefe de Estado francês entre 2007 e 2012 garantiu que está tranquilo e confia nas instituições judiciais, e lembrou que foi inocentado em duas investigações nas quais foi citado.
"Não tenho medo", declarou Sarkozy, que ainda tem que prestar esclarecimentos na Justiça por temas como o suposto financiamento ilegal de sua campanha em 2007 com dinheiro "sujo" do falecido ditador líbio Muammar Kadafi e a acusação de mau uso do dinheiro público para financiar pesquisas partidárias.
Sarkozy também aproveitou a entrevista para garantir que retorna à política com a ambição de dirigir os conservadores franceses porque não tem "escolha" diante da "falta de esperança" que percebe entre seus compatriotas.
"Não só tenho vontade, mas não tenho escolha", garantiu Sarkozy.
Acrescentou que quer "propor aos franceses uma alternativa que não seja escolher entre a tristeza e o isolamento", em referência, primeiro, a seu sucessor François Hollande e, segundo, à extrema-direita de Marine Le Pen.
Sarkozy, que durante a campanha de 2012 para sua reeleição como presidente disse que deixaria a política em caso de derrota, ressaltou que não se considera "um salvador" e reconheceu que cometeu "erros" no passado, como o de não saber "delegar".
"Para mim, a França é como uma segunda natureza. Sou francês em cada centímetro da minha pele e nunca vi tamanha falta de esperança, tamanha falta de perspectivas", acrescentou.
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