O presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse nesta terça-feira que está determinado a resolver um impasse com o México em torno de uma francesa, Florence Cassez, que está cumprindo pena de 60 anos de prisão no país por acusações de sequestro das quais se diz inocente.
Cassez, que tem 36 anos e já cumpriu cinco anos da sentença, foi presa em 2005 com seu namorado mexicano em uma ação policial dramática em um rancho onde três pessoas, uma das quais uma menina, eram mantidas reféns. Um tribunal mexicano rejeitou sua apelação na semana passada, e o caso está se convertendo em um incidente diplomático.
"Estou determinado a resolver o problema humanitário sério de Florence Cassez", disse Sarkozy a jornalistas nesta terça-feira.
O México, país devastado pelo crime organizado e que impõe penalidades pesadas a sequestradores, reiterou na noite de segunda que não pretende enviar Cassez de volta a seu país, dizendo que ela foi julgada e condenada.
"Precisamos persistir e obter resultados", disse Sarkozy, acrescentando que falaria com seu colega mexicano Felipe Calderón ainda nesta terça-feira.
A rejeição da apelação de Cassez por um tribunal mexicano causou indignação em Paris. A chanceler francesa Michele Alliot-Marie disse que a rejeição constitui uma "negação da justiça" e vai prejudicar as relações entre os dois países.
Sarkozy interessou-se pelo caso de Cassez durante visita que fez ao México em 2009. Cassez alega que não sabia que seu namorado, Israel Vallarta, mantinha reféns na casa na qual estavam vivendo.
Sarkozy disse que a França não vai deixar de promover o evento cultural "Ano do México" previsto para 2011, depois de chamados para que alguns dos eventos culturais fossem cancelados em protesto, e que dedicará o evento a Florence Cassez.
A declaração provocou reação furiosa do Ministério do Exterior mexicano, que disse que desistiria do evento e acusou a França de utilizá-lo como instrumento político.