Ajudar a África faz parte da agenda do presidente da França, Nicolas Sarkozy pelo menos é o que o governante tem dado a entender por meio de pronunciamentos e comunicados. Ontem, ele se dirigiu ao vocalista do U2, Bono Vox, garantindo que o governo francês vai tomar atitudes para viabilizar o desenvolvimento de "todos os governos".
Sarkozy estava rebatendo um texto de Bono, publicado na semana passada no jornal Le Monde, no qual o cantor dizia, ao presidente, que já está "na hora de passar das palavras aos atos para ajudar a África."
Por meio de um carta, divulgada pelo Palácio do Eliseu, sede da Presidência, Sarkozy disse ao vocalista do U2 que seus assessores podem fornecer explicações detalhadas a respeito das ações da França em apoio à África.
No texto oficial, o presidente comenta que, desde "2007, a França aumentou mais de 30% sua ajuda ao desenvolvimento [africano], até alcançar os 10 bilhões de euros em 2010".
Conselho de Segurança
Ainda ontem, o presidente francês desafiou a Organização das Nações Unidas (ONU) a reformar seu poderoso Conselho de Segurança (CS) para que, ainda neste ano, sejam incluídos um ou mais membros permanentes africanos.
"Há muito estou convencido de que a África não tem o lugar que merece na governança mundial", afirmou o líder francês. "Completem a reforma do Conselho de Segurança neste ano", disse Sarkozy, para o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon e Joseph Deiss, presidente da Assembleia Geral da ONU, ambos participando do encontro de líderes da União Africana.
O CS da ONU tem cinco membros com poder de veto Reino Unido, China, França, Rússia e os Estados Unidos e 10 membros não permanentes. "Não esperem. Não façam discurso. Tomem decisões. Concedam a bilhões de africanos o lugar ao qual têm direito e a França vai apoiá-los", acrescentou.
O líder francês vem cobrando, há algum tempo, uma reforma de governança mundial, assunto que ele avalia com prioridade durante a presidência atual da França no G-20 e G-8. Sarkozy tem dito que as principais nações emergentes como Índia, Brasil e África do Sul deveriam ter assentos permanentes no Conselho de Segurança.
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