O presidente francês, Nicolas Sarkozy, reuniu-se durante o fim de semana com líderes sindicais. Na terça-feira ele fará um discurso em que deve revelar reformas sociais de grande alcance e que podem ter a oposição dos sindicatos.
Acredita-se que Sarkozy vai revisar os esquemas de aposentadoria especial dos trabalhadores das empresas estatais de serviços públicos GDF e EDF, da ferrovia SNCF e da empresa de transporte parisiense RATP.
As mudanças devem afetar cerca de 500 mil trabalhadores, e há cerca de mais um milhão de pessoas que gozam desses sistemas de aposentadoria.
Sarkozy se reuniu no sábado com o líder do sindicato CFDT François Chereque, moderado, na residência La Lanterne, perto de Versalhes, no sudoeste de Paris, segundo informaram neste domingo fontes sindicais.
Ele também se reuniu com Jean-Claude Mailly, líder da radical Force Ouvrière.
Mailly disse à rádio Europe 1 que ele não sentiu que Sarkozy queria forçar a aprovação das reformas. Mas afirmou que "em várias questões temos a sensação de que eles querem ir muito, muito rápido".
Ele afirmou que Sarkozy não deveria "esfaquear ninguém pelas costas", e levar o tempo necessário para discussões, sem estabelecer um prazo final.
Sarkozy provavelmente quer evitar um confronto com os sindicatos, já que Alain Juppé perdeu o posto de primeiro-ministro depois de uma greve dos transportes que durou dois meses em protesto contra reformas planejadas nos esquemas de aposentadoria, em 1995. O custo desses sistemas é de cerca de 5 bilhões de euros.