Nicolas Sarkozy durante discurso em Lille, no norte da França, nesta quinta-feira (23)| Foto:

Após enfrentar os piores resultados nas pesquisas de opinião já registrados por um líder em busca da reeleição na França moderna, o presidente Nicolas Sarkozy poderá salvar sua candidatura caso consiga produzir um milagre político nas próximas semanas: convencer o eleitorado de que na verdade ele é o desafiador. Seria uma reviravolta sem precedentes. Nunca na história da Quinta República, fundada em 1958, um presidente no cargo disputou uma eleição com índices tão baixos frente o adversário - no caso, agora, o socialista François Hollande. Algumas pesquisas desta semana, porém, sugerem que ele pode tentar. A sondagem CSA mostra Hollande a apenas um ponto à frente de Sarkozy nas intenções de voto para o primeiro turno (que ocorre em 22 de abril) - dentro da margem de erro -, embora o favorito da esquerda mantenha uma ampla vantagem para o segundo turno, marcado para 6 de maio. Outros institutos indicam uma diferença maior no primeiro turno, mas também mostram que ela está diminuindo. Quando Sarkozy anunciou sua candidatura em uma entrevista no horário nobre da televisão na semana passada, a taxa de aprovação dele era de cerca de 30% - bem abaixo da do ex-presidente dos EUA George W. Bush no último ano de seu mandato. Seu rival tinha uma vantagem tão grande - até 20 pontos percentuais no segundo turno - que articulistas previam que seria necessária a morte súbita de Hollande ou uma guerra entre Israel e Irã para que Sarkozy virasse o jogo. "Sinceramente, eu me surpreenderia se o visse alcançá-lo", disse Jean-Luc Parodi, especialista em pesquisas da universidade francesa Scienco Po, que estuda as eleições presidenciais desde 1965. "Nunca vimos um presidente em exercício que é tão fraco, com tantos indicadores negativos contra ele".

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