O presidente francês, Nicolas Sarkozy, sofreu um duplo revés a quatro dias do primeiro turno da eleição presidencial, ao perder o apoio de mais políticos importantes e despencar nas pesquisas de intenção de voto. Fadela Amara, ex-ministra do Planejamento, juntou-se à crescente lista de figuras políticas que abandonaram a candidatura do conservador Sarkozy e anunciaram apoio ao socialista François Hollande. Uma nova pesquisa mostrou Hollande cinco pontos percentuais à frente de Sarkozy para o primeiro turno, a ser realizado no domingo, e com 16 pontos de vantagem na simulação para o segundo turno, em 6 de maio. Confirmando a tendência de outras pesquisas da semana, o instituto CSA informou na noite de quinta-feira que Hollande tem 29 por cento das intenções de voto, alta de dois pontos em relação ao levantamento anterior, enquanto Sarkozy caiu de 26 para 24 por cento. Em entrevista a uma TV, Sarkozy disse que não comentaria a sua queda nas pesquisas. Amara foi uma das figuras de centro-esquerda recrutadas por Sarkozy para seu governo nos primeiros anos após sua eleição, em 2007. Corinne Lepage, que foi ministra do Meio Ambiente em um governo anterior de centro-direita, já havia anunciado apoio a Hollande, alegando que Sarkozy havia ido à direita demais. O antecessor conservador de Sarkozy, Jacques Chirac, de 79 anos, também pretende votar em Hollande, segundo o homem que o ajudou a escrever sua autobiografia após 12 anos como presidente (1995-2007). Sarkozy disse que as pessoas deveriam deixar Chirac em paz, ao invés de "manipulá-lo".
Ex-funcionários Martin Hirsch (ex-alto-comissário de Combate à Pobreza), Azouz Begag (ex-vice-ministro para as Oportunidades Iguais) e Jean-Jacques Aillagon (ex-ministro da Cultura) são outros ex-funcionários dos governos de Sarkozy ou Chirac que anunciaram voto em Hollande. Semanas atrás, Sarkozy chegou a aparecer à frente de Hollande nas simulações para o primeiro turno, mas nenhuma pesquisa lhe deu em momento algum a vitória no segundo turno. De acordo com a pesquisa CSA, a ultradireitista Marine Le Pen se consolidou em terceiro lugar, com 17 por cento das intenções de voto, seguida pelo ultraesquerdista Jean-Luc Mélenchon, com 15 por cento, e do centrista François Bayrou, com 10. Em entrevista à rádio France Inter, Hollande alertou seus eleitores contra o clima de "já ganhou", e disse que disputas por cargos seriam prematuras neste momento. Ele também prometeu renegociar um tratado europeu sobre disciplina fiscal, para dar mais prioridade à retomada do crescimento, sem o qual seria impossível reduzir o endividamento público, segundo ele.
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