O satélite sino-brasileiro CBERS-2 deixou de operar no último dia 15 de janeiro, anunciou nesta quarta-feira (28) o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O satélite, entre muitas outras funções, complementava os sistemas de monitoramento do desmtamento da Amazônia Prodes e Deter.
Os últimos sinais do CBERS-2 foram detectados em 15 de janeiro pelos técnicos brasileiros e chineses. Segundo o Inpe, os dias seguintes foram dedicados a tentar restabelecer a comunicação com o satélite. Como não foi possível, foi decretado o fim da missão.
De acordo com o Inpe, o monitoramento de queimadas e desmatamento da Amazônia não será afetado. Em geral, informa o instituto, todas as atividades desempenhadas com informações do CBERS-2 não serão prejudicadas, já que continua funcionando o CBERS-2B, que é igual ao que deixou de operar.
Desde o lançamento do CBERS-2B, em setembro de 2007, o Brasil vinha contando com dois satélites próprios para vigiar o seu território com mais capacidade e frequência de observação.
Os dois satélites são parte do programa CBERS (sigla para "China-Brazil Earth Resources Satellite", ou, em português, "Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres"), parceria iniciada há 20 anos entre os dois países.
Quando lançado do Centro de Taiyuan, na China, em 21 de outubro de 2003, o CBERS-2 tinha vida útil projetada de dois anos. Nestes mais de cinco anos, informa o Inpe, ele superou as expectativas ao produzir mais de 175 mil imagens que serviram para monitorar o meio ambiente, avaliar desmatamentos, áreas agrícolas e o desenvolvimento urbano.
O Inpe informa que já estão programados os lançamentos de mais dois satélites, em 2011 e 2014. Com a China se discute o desenvolvimento de outros dois.
Com o programa CBERS, Brasil e China passaram produzir dados e imagens de seus territórios a custo reduzido, informa o Inpe. As informações ajudam na formulação de políticas públicas em áreas como monitoramento ambiental, desenvolvimento agrícola, planejamento urbano e gerenciamento hídrico.
Recentemente, Brasil e China decidiram oferecer gratuitamente imagens do CBERS para países africanos.
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