Imagens de satélite de um centro de pesquisa nuclear da Coreia do Norte indicam que melhorias no local tem ocorrido em um “ritmo acelerado” nos últimos meses, aponta o relatório de um grupo de monitoramento. O nível das atuais operações não permanece claro.
A análise, feita pelo grupo 38 North, que acompanha de perto temas relacionados à Coreia do Norte, mostra imagens do Centro de Pesquisa Científica e Nuclear de Yongbyon feitas no dia 21, nove dias após o líder norte-coreano Kim Jong-un assinar uma declaração sobre a desnuclearização do país, após a cúpula de Cingapura com o presidente Donald Trump.
O relatório do 38 North diz que as imagens de satélites levantam dúvidas sobre o status operacional de Yongbyon por causa da reduzida descarga de água refrigerada, emissões de vapor e outros fatores. Mas a conclusão é que o enriquecimento de urânio aparenta estar progredindo.
Apesar da falta de detalhes conclusivos sobre as operações de Yongbyon, o relatório levanta dúvidas sobre se Kim tomou medidas para conter o programa nuclear da Coreia do Norte, desde a cúpula de 12 de junho. E também traz novas preocupações do governo Trump sobre como o Norte interpreta a declaração firmada em Cingapura.
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A Coreia do Norte tem pedido um processo “passo a passo” de desmantelamento de sua capacidade nuclear em troca do levantamento das sanções internacionais. Funcionários do governo Trump tem insistido, em resposta, que a pressão econômica só deixará de ser feita quando a Coreia do Norte fizer progressos significativos em direção ao cancelamento de seu programa nuclear.
O secretário de Defesa americano, Jim Mattis, deve se encontrar nesta quinta com o ministro sul-coreano da Defesa, Song Young-moo. E o secretário de Estado, Mike Pompei, disse ter planos para viajar em breve para Pyongyang, com a finalidade de realizar os primeiros encontros de alto nível com o regime de Kim desde a realização da cúpula.
Trabalho contínuo e rápido
O relatório do 38 North informa que as imagens indicam um trabalho “contínuo e em ritmo rápido” no centro de pesquisas, que contem um reator de produção de plutônio e um reator experimental de água leve para a possível produção de energia.
O documento também assinala que qualquer melhora contínua nas instalações aponta para decisões tomadas no alto escalão do governo coreano. “Pode se esperar que o setor nuclear coreano continue com suas atividades habituais até que se emitam ordens específicas desde Pyongyang”, informou o relatório.
Desde março, melhoramentos no local incluem uma quase completa torre de refrigeração e um prédio de quatro andares com escritórios de engenharia. O documento também indica que não existe, ainda, nenhuma evidência visível para sugerir que as operações estejam em andamento no reator experimental.
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Mas o relatório conclui que as operações parecem estar avançando em uma usina de enriquecimento de urânio por causa da “coloração do telhado”, que sugere “vapor de água proveniente das seis unidades de resfriamento associados às operações de centrifugação a gás”.
Durante um período de abertura com o Ocidente, há uma década, a Coreia do Norte convidou jornalistas internacionais para filmarem a destruição da torre de refrigeração no complexo de Yongbyon, que estava fornecendo plutônio para fabricar suas primeiras bombas. Mas a Coreia do Norte tinha uma unidade de enriquecimento paralela, capaz de produzir material para armas.
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